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ONU: Para voltar a crescer, Brasil precisa de juro menor que 1%

O próximo presidente do Brasil precisará incrementar os investimentos de longo prazo para elevar a poupança como proporção do produto interno bruto (PIB) e o ritmo de crescimento do país com inflação sob controle. Para isso, precisa baixar os juros reais a não mais que 1% ao ano.

A avaliação é do secretário-geral assistente para Desenvolvimento Econômico das Nações Unidas, Jomo Kwame Sundaram. Keynesiano, Jomo acredita que o investimento estimula a poupança e não o contrário, como defendem economistas ortodoxos. Contudo, destaca que o investimento no Brasil: 18% do PIB, contra 40% na China.

A riqueza das nações, segundo Jomo, hoje requer, não só juros baixos, câmbio equilibrado e boa gestão das contas públicas. O Estado tem de ampliar o contato com o setor privado para ter domínio maior sobre as necessidades das companhias: "É preciso que o governo dê às empresas a cenoura, que são os incentivos, que podem ser fiscais e tributários, e o porrete, que é a regulação", defendeu.

No Brasil, há duas travas à expansão do investimento de longo prazo. A principal são os juros elevados: "Não há necessidade que essas taxas estejam ao redor de 5,5% ao ano. Em alguns anos, elas deveriam alcançar um patamar bem mais baixo, embora positivo. Talvez não superior a 1%", destacou.

O crescimento também é travado pelo câmbio valorizado: "O câmbio com valor muito alto tira o estímulo de quem deseja fazer investimentos em fábricas, pois o mercado pode ser suprido por mercadorias importadas, dado que é mais barato para o consumidor. É preciso harmonizar a boa competição para não gerar inflação e a geração local de empregos", ressaltou. Ele também defende a estratégia de desenvolvimento baseada no princípio da "proteção efetiva condicionada à expansão das exportações", como ocorreu na Ásia.

A informação é do Monitor Mercantil