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Aécio diz que chance de ser candidato a vice é zero

Em sua primeira entrevista depois de abrir mão da pré-candidatura à Presidência da República, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), reduziu a zero a possibilidade de ser o candidato a vice-presidente na chapa do PSDB. "Está finda a era do factóide “vice”, chance zero?", perguntou-lhe o jornalista Bob Fernandes, editor da revista virtual Terra Magazine. A resposta de Aécio foi categórica: "Chance zero".

A importância dessa entrevista para o cenário pré-eleitoral é que, pela primeira vez, o tucano deixa de lado qualquer reserva para se posicionar publicamente sobre esse assunto. "Não existe, nem cogito essa possibilidade de disputar a vice-presidência da República", asseverou.

Ele foi explícito ao afirmar que alertou seus companheiros para que não gerassem "expectativa maior em torno de algo que é muito pouco provável que aconteça". Acrescentou que não gostaria de dar margem a uma frustração que dificultasse até a presença forte de outro nome na chapa. "Existem nomes qualificados, em vários partidos, que devem a partir de agora ser analisados", arrematou.

De fato, Aécio não chegou a admitir, nem a interlocutores próximos do partido, a possibilidade de ser o segundo na chapa presidencial tucana. É o que asseguram o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o secretário-geral do partido, deputado Rodrigo de Castro (MG). Mas essa hipótese vinha sendo trabalhada pelo grupo ligado ao presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, com quem Aécio almoçou na última segunda-feira em São Paulo.

Problema antecipado

O posicionamento de Aécio antecipa uma dificuldade que José Serra e seus aliados estavam tentando adiar para março, mês em que deve anunciar sua pré-candidatura: a escolha de um vice forte, de reputação ilibada e com musculatura política para somar votos. De preferência no Norte e no Nordeste, nichos eleitorais de Lula, onde ele espera transferir maior número de votos para sua candidata, ministra Dilma Rousseff.

Já circulam especulações em torno do nome do ex-presidente da República Itamar Franco, que se filiou ao PPS para disputar um mandato nas eleições deste ano. Contudo, esses rumores irritaram o comando nacional do DEM, principal aliado do PSDB na esfera nacional. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), já declarou que seu partido abriria mão da vaga de vice na chapa tucana somente se Aécio aceitasse o posto. Diante da recusa do mineiro, o DEM vai reivindicar a vaga para um de seus quadros.

A aliança com o DEM virou um desconforto para o PSDB por causa do escândalo de corrupção que explodiu em novembro, tendo como protagonista o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Até então, ele era um dos nomes cogitados para compor a chapa com Serra. Arruda se desfiliou do DEM, mas o partido saiu chamuscado do episódio. É essa mancha que incomoda o PSDB e causa um mal estar ainda sem solução.

Agência Estado