Escolas municipais do Rio reprovam 49 mil alunos

No primeiro ano sem a aprovação automática, o Município do Rio vai reprovar 49.325 alunos do 3º ao 9º ano por nota e frequência, o que equivale 11,30% da rede, que tem 436.313 matriculados. Outros 55.839, que representam 12,69%, vão fazer segunda época. O número de reprovados não inclui os 28 mil estudantes analfabetos funcionais, que passam por programa especial de aprendizagem nas escolas.

O maior índice de repetentes (14,72%) está nas unidades de ensino do Centro, Saúde, Benfica, Mangueira, Santo Cristo, Estácio, Rio Comprido, Santa Teresa, São Cristóvão, Bairro de Fátima, Paquetá, Praça 11, Catumbi, Gamboa e Caju, que representam a 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), onde estão matriculados 18.060 jovens. Já o menor (4,25%) foi nos colégios da prefeitura localizados em Santíssimo, Senador Vasconcelos, Inhoaíba, Cosmos e Campo Grande, que englobam a 9ª CRE, que tem 45.351 alunos.

A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, disse que a quantidade de alunos reprovados era esperada, por causa das deficiências provocadas no aprendizado após a aprovação automática, que entrou em vigor na gestão Cesar Maia. “Se a gente não tivesse feito o processo de realfabetização, esse número de repetência seria bem maior. Os déficits foram se acumulando. De fato, há crianças que não dominam o conteúdo. E há também o professor que resgata um instrumento que ele não tinha antes. Espero que uma porcentagem alta dos alunos que foram para a segunda época consiga superar suas dificuldades agora”, explicou a secretária.

Dos 49.325 reprovados, 7.632 são por falta. Eles não cumpriram os 75% de frequência mínima nas aulas exigidos por lei. O 6º ano — que concentra grande parte dos analfabetos funcionais da rede — é a série que teve o maior número de repetência por este motivo: 2.064. Em seguida, aparece o 8º ano, com 1.202. As escolas com maior percentual de faltosos que vão repetir série, 3,49% do total (1.069 alunos), são as que englobam a 6ª CRE, correspondente aos bairros de Parque Anchieta, Ricardo de Albuquerque, Pavuna, Acari, Barros Filho, Irajá, Deodoro, Guadalupe, Costa Barros, Coelho Neto e Anchieta. Já a 9ª CRE (Campo Grande e região) foi a que teve o menor percentual de reprovados neste aspecto: 0,24% (107 alunos).

Por nota nas disciplinas, estão 41.693 dos reprovados. O 6º ano, assim como na questão das faltas, é o que teve mais repetentes: 18.022. Nesse quesito, é a 1ª CRE que aparece como líder no ranking de repetência. Dos 18.060 estudantes, 13,54% (2.445) perderam o ano. Para a secretária, tem que haver empenho dos pais para que os estudantes que vão repetir de série não fiquem desestimulados e abandonem os estudos. “Quando a gente entregou o boletim, os pais assinaram um documento se comprometendo com os estudos das crianças que estão na segunda época. Eles têm papel fundamental no aprendizado e precisam entender que reprovação não significa incompetência”, disse ela, lembrando que as salas de leitura estarão abertas durante as férias para receber os alunos que estão de recuperação e não têm espaço para estudar em casa. Um diagnóstico vai ser feito para descobrir por que algumas escolas tiveram tantos alunos reprovados.

Informações do jornal O Dia