Sem categoria

Desdobramentos da crise política no DF favorecem Arruda

O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa pediu à Câmara Legislativa para adiar o depoimento que prestaria à CPI instalada para apurar o suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal. O ex-secretário alegou que as respostas a serem prestadas no depoimento poderiam prejudicar seu direito de defesa.

O adiamento do depoimento de Durval e a renúncia do deputado Leonardo Prudente (ex-DEM) da presidência da Câmara Legislativa favorecem o governador José Roberto Arruda (Ex-DEM), apontado como o chefe do esquema de corrupção.

O governador, que se recolheu após as denúncias – só sai de casa de helicóptero ou em carro com película escura nos vidros -, se beneficia com os desdobramentos da crise política, que tem se focado na Câmara Legislativa.

Nas eleições para a Presidência da Câmara, o nome mais cotado é o do arrudista Wilson Lima (PR), o que prova o domínio ainda presente do governador na Casa. Também ficou definido que os deputados suplentes só serão convocados para atuar nas deliberações relacionadas aos processos de impeachment do governador Arruda e de quebra de decoro por parlamentares. Nos demais casos, permanecem no exercício do mandato os quatro distritais suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção, que são aliados de Arruda.

A Câmara tem até sete dias para escolher um novo presidente, que deve sair da base
aliada ao governador Arruda, que é maioria na Casa. A renúncia de Prudente foi uma estratégia dos governistas para não deixarem o comando da Câmara Legislativa com o deputado Cabo Patrício (PT).

O petista assumiu a presidência da Casa depois que a Justiça determinou o afastamento de Prudente, filmado colocando dinheiro nas meias, no gabinete do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF Durval Barbosa, autor das denúncias.

Além de Wilson Lima, os outros nomes cotados para disputar a presidência são os de Eliana Pedrosa (DEM) e Raimundo Ribeiro (PSDB). Os dois últimos são ex-secretários do governo Arruda. É provável que a oposição também apresente um candidato.

Apesar de ter renunciado à presidência, Prudente permanece com o mandato de deputado distrital. Com a saída dele, os parlamentares da oposição agora pressionam para que Arruda também renuncie ao cargo de governador do Distrito Federal.

O presidente da CPI, deputado distrital Alírio Neto (PPS), que protagonizou o episódio da extinção da CPI na semana passada, foi chamado a prestar esclarecimento ao seu partido, o PPS, que se afastou do governo no início da crise. Em discurso, nesta segunda-feira (25), ele pediu ao governador Arruda que renuncie ao cargo para que Brasília possa voltar à normalidade.

Da sucursal de Brasília
Com agências