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Chile Identifica restos mortais de 11 colaboradores de Allende

A justiça chilena revelou as identidades de 11 colaboradores do presidente deposto Salvador Allende assassinados durante a ditadura de Augusto Pinochet, e que haviam sido enterrados com outros nomes.

O juiz da Corte de Apelações de Santiago, Juan Fuentes Salazar, entregou a informação a familiares das vítimas, garantindo a identidade dos corpos com 99,9% de segurança, depois de um exame realizado pelo Serviço Médico Legal (SML) em colaboração com o laboratório genético de Innsbruck, Áustria.

Entre os restos figuram os do médico pessoal de Salvador Allende, Egidio Paris, e de seu assessor Héctor Pincheira Núñez, assim como de membros da guarda presidencial, também conhecida como o Grupo de Amigos Pessoais (GAP).

Depois do golpe de 11 de setembro de 1973, cerca de 40 pessoas foram detidas no palácio presidencial e arredores, e posteriormente fuziladas num recinto militar. "Confiamos na justiça e isto demonstra que os juízes que estão investigando estes casos devem seguir adiante, que é possível encontrar pedacinhos de verdade", disse Enrique Paris, filho do médico de Allende, em entrevista à Rádio Cooperativa.

Enrique Paris contou que em 1994 sua família enterrou os restos de outra vítima da ditadura que não era o seu pai, tendo sido notificada em 2005 sobre o erro.

Em 2006, peritos determinaram que quase cem vítimas da ditadura foram mal identificadas, pelo que a justiça ordenou a exumação dos corpos no ano seguinte e novos exames de DNA em 2008. Até agora, foram identificadas corretamente 17 destas. O regime militar chileno (1973-1990) deixou mais de 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos.

Fonte: AFP