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CTB e centrais defendem unidade para combater retrocesso político

Nesta quarta-feira (27), debate do Forum Social Mundial (FSM) foi dedicado ao mundo do trabalho que reuniu na mesma mesa as seis centrais sindicais brasileiras. O seminário “Crise Global, Trabalho Decente e Pacto Mundial pelo Emprego”, faz parte do Fórum do Trabalho, e apontou para a necessidade de construção de uma pauta unificada em defesa do interesse da classe trabalhadora.

Por Ana Paula Carrion, no Portal CTB

A palavra unidade prevaleceu durante todo debate, no sentido de intensificá-la para a disputa de projetos políticos em 2010.

O presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor; o secretário-geral da CUT, Quintino Severo; o presidente da UGT, Ricardo Pata; o secretário-geral da NCST, Walter Souza; a secretária de Relações Internacionais, Maria Pimentel; secretário-geral da Força Sindical, Juruna; Hugo Bosca- representante da FSM (Federação Sindical Mundial), e da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas – CSA e Rafael Freire compuseram a mesa oficial de abertura.

O uruguaio Hugo Bosca, da FSM, abriu a atividade saudando as centrais e reconhecendo a importância da unidade entre elas. “A marcha de abertura demonstrou esta realidade, que é fundamental para os interesses da classe trabalhadora da América Latina. Isso não quer dizer que temos as mesmas concepções, o que temos são os mesmos desafios como: a redução das 40 horas semanais, melhores condições de trabalho e melhores salários na América Latina. Essa é a nossa luta, é a luta pelo socialismo”, enfatizou.

O presidente estadual da CTB, Guiomar Vidor, falou sobre a realização de uma década de FSM. “É uma grande derrota para os que defendiam o neoliberalismo como uma única política possível. A crise do capitalismo provou que isto não é verdade.”

Quanto à construção de pauta unificada entre as centrais Guiomar ressaltou que desde sua fundação, em 2007, a CTB sempre foi indutora da unidade, tanto que no seu segundo Congresso, aprovou a realização da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, que pretende construir uma plataforma política unificada, que ocorrerá dia 1º de junho.

“Acreditamos que somente desta maneira podemos aprofundar os avanços já conquistados no governo Lula. A ela devemos integrar a redução da jornada de 44 para 40 horas, fim do fator previdenciário, ou seja uma pauta, de valorização do trabalhador. Não adianta o desenvolvimento pelo desenvolvimento o que interessa é o desenvolvimento com valorização do trabalho. As centrais sindicais estão demonstrando maturidade ao construir esta unidade”, disse Guiomar.

O painel perspectivas e desafios para o movimento sindical frente à crise mundial foi apresentado pelo vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, Artur Henrique da CUT e Maria Pimentel da CGTB.

O vice-presidente da CTB lembrou que a conquista da unidade levou a Brasília seis marchas em defesa do salário mínimo, e na última, pela redução da jornada. “A CTB é uma Central com dois anos de existência – organizada em todos os estados – e reafirma a luta em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do emprego e justa distribuição de renda”.

Durante sua intervenção Nivaldo foi incisivo ao afirmar que a CTB defende o direito de classe – sem ele os trabalhadores não serão os protagonistas desta história. “A unidade entre as seis centrais deve servir como ferramenta, ela é imprescindível na luta em defesa dos trabalhadores. Acredito que todos chegaram ao um grau de maturidade que nos permite respeitar as diferenças ideológicas e perceber a necessidade de união para enfrentar o capitalismo”.

Sobre a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora Nilvado disse ser um momento impar e decisivo “será uma Conferência histórica que tem como meta aprofundar ainda mais a política que esta em curso. Não podemos permitir que o Brasil saia do rumo progressista. No que depender da CTB estaremos juntos na luta pelos trabalhadores defendendo a perspectiva socialista”.

Programação:

Nesta quinta-feira (28), às 14 horas, o tema abordado será Práticas Antissindicais e terá a participação da secretária adjunta de Finanças da CTB, Gilda Almeida. Durante o debate serão denunciadas as práticas antissindicais no Brasil e divulgadas as ações realizadas pelas entidades sindicais e o poder público para combatê-las.

Para acompanhar o debate ao vivo, acesse o link a seguir durante o horário da mesa.
mms://midia.al.rs.gov.br/tval

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