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Chávez: oposição busca "guerra civil" e manipula estudantes

"Todos devemos neutralizar essas correntes de loucura". Assim, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tentou, nesta quinta-feira (28), diminuir os níveis de ansiedade e de violência que se vive nas ruas das grandes cidades do país, desde que, no domingo passado, o governo suspendeu o sinal da RCTVI, por não cumprir a nova lei de meios audiovisuais. Ontem, os estudantes opositores voltaram a marchar, desta vez contra quedas de energia. Chávez aponta que eles estão sendo manipulados.

Apesar de sua intenção de acalmar a situação, o presidente disparou, sem meios tons, contra líderes da oposição, durante um fórum econômico em Caracas. "Não vamos nos deixar derrubar de novo por estes grupos fascistas, que não são apenas aquelas que estão nas ruas", disse ele.

Segundo o presidente, o movimento estudantil está sendo manipulado pelos mesmos setores de poder que lideraram o golpe de Estado contra ele em 2002. "Eles estão buscando mortos, porque derrubar o governo não vão conseguir. Eles estão buscando violência, mortos; buscam que um soldado perca o controle ", disse ele.

O presidente acusou os adversários de quererem criar a sensação de que o país está imerso no caos, e ameaçou atuar com mão de ferro contra os que alterarem a ordem pública.Segundo ele, a oposição busca uma " guerra civil", para justificar uma "intervenção do império". Assinalou ainda que alguns grupos estão convocando militares para preparar um plano de desestabilização, mas advertiu que a resposta a isso será " radical".

Enquanto Chávez falava, uma nova multidão de estudantes de oposição se concetrou em frente à empresa elétrica estatal para protestar contra o racionamento de energia e foi novamente dispersada pela polícia com gás lacrimogênico. Segundo o diário local El Universal, dois estudantes e um transeunte ficaram feridos.

Na terça-feira passada, as mesmas organizações estudantis protestaram diante da sede de Venezolana de Televisión (VTV) – o sinal estatal que tomou o lugar RCTV como canal aberto há dois anos e meio, quando o governo se recusou a renovar sua licença por ter apoiado o golpe de 2002.

Ontem, o presidente Chávez anunciou uma mudança na gestão do novo canal público. Sem dar muita explicação, informou que Yuri Pimentel deixaria o cargo e, em seu lugar, assumiria Tania Diaz, a condutora do programa de opinião vespertino Dando y Dando, para o qual Chávez telefona muitas vezes a fim de comentar temas da atualidade.

Com Página 12 e La Jornada