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Deputados, familiares e amigos homenageiam Neide Castanha

Num clima de intensa emoção, a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados prestou nesta quarta (4) uma homenagem a militante comunista Neide Castanha, 55 anos, que morreu na semana passada em Brasília, vítima de um câncer. Conhecida internacionalmente pelo seu trabalho em defesa das crianças e adolescentes carentes, ela foi lembrada como parceira do parlamento brasileiro na luta contra a violência a esses segmentos.

“Neide era uma defensora dos direitos humanos, parceira exemplar desse colegiado nas ações em defesa das crianças e adolescentes. Na discussão das emendas (ao Orçamento), lá estava Neide preocupada com os recursos para os projetos”, lembrou o presidente da comissão, deputado Luiz Couto (PT-PB), após apresentar um vídeo de sete minutos sobre a vida da militante.

Uirá Viana Castanha, filho de Neide, leu num tom emotivo uma mensagem dizendo que a “mãe certamente estava contente” porque em vida viu o seu trabalho ser reconhecido. Neide recebeu no ano passado o prêmio da revista Cláudia na categoria Trabalho Social. Em 2008, ganhou o Prêmio Bertha Lutz pela atuação destacada em defesa dos direitos das mulheres.

A seguir o deputado Fernando Ferro (PE), novo líder do PT e autor da indicação para homenagem, chorou ao lembrar do trabalho de Neide à frente da área social do governo de Cristovam Buarque no Distrito Federal. “O trabalho que Neide fez aqui, tirando as crianças da ruas, foi uma coisa maravilhosa, mas que perdemos por falta de continuidade”, lamentou.

O deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), que presidente uma frente em defesa da criança e adolescente, também chorou no seu depoimento ao lembrar da dedicação de Neide. Ele convocou a todos para dar continuidade ao trabalho dela.

Correligionária e conterrânea de Neide, a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) destacou as convicções e paixões da militantes em prol da causa que defendia. Jô afirmou que a mineira de Januária era uma defensora do Plano Nacional dos Direitos Humanos como forma de reafirmar a condição humana.

Também visivelmente emocionada, a deputada Luiz Erundina (PSB-SP), lembrou da sua convivência com Neide na década de 70 em São Paulo durante a resistência à ditadura militar. “Ela é grande demais para caber nessa homenagem que fazemos aqui”, disse.

Militante do PCdoB

O presidente do comitê regional do PCdoB no Distrito Federal, Augusto Madeira, disse que Neide era uma militante  extraordinária dedicada edas causas sociais e democráticas. Falou do entusiasmo dela em participar do processo eleitoral deste ano. “A todo o momento dava ideias e sugestões, mas infelizmente aconteceu o pior com a nossa querida Neide”, afirmou.
“O convívio dela como militante do movimento social e do PCdoB nos enche de orgulho”, prosseguiu Madeira.

Assistente social e especialista em políticas públicas, Neide Castanha também foi uma das fundadoras do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), organização não governamental responsável pelo Disque 100, serviço pelo qual os brasileiros denunciam casos de agressão sexual contra crianças e adolescentes.

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia