Diretor do Sindicato dos Metroviários é demitido

No dia 2, foi demitido o diretor do Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro (Simerj) e piloto de metrô, Antônio Carlos França de Santana. Apesar da concessionária não deixar explícito, o motivo foi ele ter acompanhado o procurador do Ministério Público e o deputado Alessandro Molon (PT) em vistoria nas dependências do sistema metroviário do Rio de Janeiro.

Para o diretor do Simerj, Tiãozinho, essa demissão é mais uma atitude arbitrária da concessionária, em um momento que a empresa vem recebendo diversas críticas da sociedade. O diretor lembra que o Brasil já foi condenado pela OIT por praticas anti-sindicais nos metrôs do Rio e de São Paulo no ano de 2007, quando dirigentes dos sindicatos também foram demitidos.

A concessão do metrô pode inclusive virar alvo de uma CPI da Alerj. Recentemente, a empresa alterou a linha 1, o que gerou uma maior lotação nos vagões. O Ministério Público já instaurou inquérito civil para apurar os transtornos enfrentados pelos usuários do metrô. O procedimento foi aberto com base nos casos de superlotação de composições, atrasos, panes, excesso de calor e outras queixas feitas pelos usuários desde a inauguração da ligação direta Pavuna-Botafogo.

Antônio Carlos estava substituindo, neste mês de janeiro, o diretor executivo de Comunicação do Simerj, que está de férias. Outros quatro diretores também já foram demitidos. A demissão ocorreu a mando da concessionária Metrô Rio, empresa gerada por fundos de pensão, e que tem na presidência o senhor José Gustavo de Souza Costa.

Antônio Carlos tem sete anos de trabalho na empresa. No dia 2, ao ser abordado pela direção, ele simplesmente recebeu o comunicado de que a Metro Rio não necessitava mais dos seus serviços.

O Sindicato está entrando em contato com o Ministério Público, a Alerj e o deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB) para reverter esta arbitrariedade, pois a legislação brasileira proíbe a demissão de dirigentes sindicais.