PCdoB assume liderança do Bloco de Esquerda na Câmara
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) foi eleito o novo líder do Bloco de Esquerda (PCdoB, PSB, PMN e PRB) na Câmara dos Deputados, formado por 50 parlamentares, a quinta força política, superada em números pelo PMDB, PT, DEM e PSDB. A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), escolhida pela bancada do partido, assumirá a função de Daniel Almeida como líder da sigla na Casa.
Publicado 03/02/2010 21:00
Eleito para comandar o bloco durante um ano, o parlamentar baiano exercerá a nova função na próxima terça-feira quando estará concluída a coleta de assinaturas entre todos os deputados dos partidos.
“É a ampliação de nossas atribuições como líder, agora com a complexidade de liderar um bloco, portanto, um pensamento diverso. Na bancada é fácil porque há um pensamento ideológico e político muito unificado”, argumentou o deputado ao Vermelho.
Segundo ele, apesar da diversidade e complexidade, a experiência de funcionamento do bloco é positiva, isto é, o trabalho desse conjunto de forças em apoio ao governo Lula tem resultado na unidade. “Esperamos solidariedade e contribuição. Sei que teremos isso de todos os líderes dos partidos que compõe o bloco para que possamos aproveitar essa etapa de intenso debate político que o país está vivendo”, disse.
Candidatura Ciro
Questionado sobre a intenção do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) em disputar a Presidência da República, Daniel antecipou que o bloco não terá candidato enquanto essa condição estiver posta. “Nossa atuação se restringirá a unificação da bancada no funcionamento da Casa e nos compromissos com continuidade e ampliação do projeto conduzido no Brasil com o presidente Lula à frente”, explicou.
Porém, ele admite que o bloco terá papel importante na discussão do processo eleitoral. “A nossa expectativa é de que todos os partidos do bloco estejam no final das contas numa única candidatura, vamos inclusive procurar contribuir nessa direção. Respeitamos a candidatura Ciro, não temos ainda uma definição com relação à candidatura da Dilma (Rousseff do PT, ministra-chefe da Casa Civil), vamos trabalhar no sentido de que tenha apenas um candidato.”
Entre as suas prioridades, Daniel destacou o estabelecimento de uma agenda para influenciar nos trabalhos da Casa. Dela constará como prioridade a votação dos quatro projetos sobre o novo marco regulatório do pré-sal, redução da jornada de 40 horas, valorização do salário mínimo e projetos na área social e trabalhista.
“A crise passou, ficou para trás, os empresários estão satisfeitos, todos os setores em desenvolvimento, então chegou a vez dos trabalhadores”, defendeu.
Vanessa na liderança
Pré-candidata ao Senado no Amazonas, Vanessa Grazziotin deve assumir o posto de líder do partido na Casa na próxima semana. Sua escolha pela bancada precisa ser referendada pela reunião do Comitê Central do PCdoB que reúne no próximo final de semana.
“Fico muito gratificada de ver o partido depositando confiança em mim. Isso porque não é um partido de apenas 13 parlamentares, trata-se de um coletivo que tem história no país, sobretudo no processo de construção da democracia. Enfim, é uma responsabilidade muito grande”, argumentou.
Ela destacou ainda o fato da bancada promover um rodízio na liderança e tratar a questão de gênero como importante. “Na medida do possível primeiro a gente promove o rodízio na ocupação de espaço e segundo leva em consideração a questão de gênero. Eu sou a segunda mulher a assumir a liderança, depois da Jô (Moraes). Isso não é simples para uma Casa que tem menos de 10% de vagas ocupadas por mulheres. Então o PCdoB dá exemplo para a Câmara e a sociedade como um todo.”
Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia