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The Economist adverte Serra: tem que entrar em campanha

Depois dos políticos oposicionistas e da mídia dominante anti-Lula, a revista inglesa The Economist também acha que o governador José Serra está muito devagar para quem aspira vencer a eleição presidencial de outubro pelo PSDB. "Serra precisa ir à luta e começar a se promover agora, se não quiser ser lembrado como o melhor presidente do Brasil nunca teve", diz a bíblia liberal em sua edição desta semana.


A revista não esconde sua simpatia pelo candidato tucano. Acusa-o de "'desenvolvimentista', como os brasileiros chamam os social-democratas que mantêm a fé em um governo ativo", mas diz que Serra "parece mais propenso a impulsionar as reformas fundamentais". The Economist entende que ele é a melhor alternativa, em um país onde "os economistas liberais são tão escassos como os flocos de neve" (O último comentário é de dois números atrás, numa evidência de que a revista incluiu o Brasil em sua pauta de prioridades).

A revista descreve o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como um político que "fez um trabalho decente no governo do maior Estado do Brasil", lembrando que São Paulo tem uma população maior que a do Canadá e igual à da Argentina. Elogia-o por governar "sem desperdícios nas finanças públicas" e "enfrentando a oposição dos sindicatos de professores". Diz que "Serra é com certeza um candidato forte". Mas adverte que ele está perdendo terreno nas pesquisas e "se quiser manter a liderança ele tem que entrar em campanha".

O título também é um puxão de orelha: Serra espera pela Presidência, um pouco pacientemente demais. A revista soma-se assim ao coro, cada vez mais forte desde o fim do ano passado, dos conservadores que se desapontam com a relutância do seu agora único presidenciável em assumir a candidatura.

A reportagem também registra as "muitas críticas recentes" e "acusações" de que o governo de São Paulo "falhou na prevenção das enchentes" que já custaram 70 mortes. E não resiste a descrever o governador como "um caráter curioso" e citar um amigo que diz que Serra "com apenas 17 anos anunciou que iria ser presidente do Brasil".

A esperança do autor (o texto não é assinado, conforme o hábito da Ecobnomist) é que "os índices de Serra voltem a crescer uma vez que ele comece a campanha". Porém as palavras finais soam como uma advertência com uma ponta de alarme: "O tumultuoso sistema multipartidário do Brasil, em que os candidatos precisam reunir habilmente amplas coligações, é duro para com quem se atrasa. Serra precisa ir à luta e começar a se promover agora, se não quiser ser lembrado como o melhor presidente do Brasil nunca teve."

Com The Economist