Alencar diz que pode ser candidato ao governo de Minas
Começam a ganhar corpo as articulações em torno da pré-candidatura de José Alencar ao governo de Minas. Na quinta-feira, o vice-presidente admitiu que pode disputar o cargo desde que haja consenso da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno de seu nome. Também condicionou sua candidatura ao resultado de exames médicos que deverão sair em março, mas adiantou que seu estado de saúde é excelente e que o câncer que ele enfrenta há mais de uma década regrediu 90%.
Publicado 05/02/2010 22:05 | Editado 04/03/2020 16:50

Segundo relataram representantes do PT e do PCdoB que estiveram quinta-feira em Brasília com Alencar, a única exigência feita por ele é que haja um “palanque limpo”. “Por limpo ele entende um palanque sem divergência com a base aliada”, contou o deputado estadual Carlin Moura (PCdoB), que se encontrou duas vezes com o vice-presidente na quinta-feira. Pela manhã ele esteve com Alencar ao lado de representantes do PT e à tarde acompanhou a direção nacional da legenda em outra audiência com o vice-presidente.
“Ele nos contou inclusive que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) já manifestou apreço pela sua candidatura, até porque seria a única maneira de unir a base aliada de Lula no estado”, comentou Moura. Dilma, que é pré-candidata do PT à Presidência da República, tem interesse em ter um palanque forte em Minas, segundo maior colégio eleitoral. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, travam uma disputa ferrenha no PT mineiro para concorrer à sucessão do governador Aécio Neves (PSDB).
Segunda-feira a ministra estará em Belo Horizonte para participar da entrega do título de militante honorário do PT ao vice-presidente. O deputado estadual Padre João (PT), que também participou da audiência com Alencar, disse que durante o encontro o vice-presidente ligou para a ministra e combinou de agendar um encontro para tratar da sucessão em Minas Gerais. “Saímos desse audiência muito animados. Já tínhamos a clareza de que a solução para um palanque unificado e forte em Minas passa pelo vice-presidente e com essa conversa ficamos mais animados pois ele mostrou convicção e prontidão para disputar o cargo de governador”, comentou Padre João. O grupo que esteve com Alencar defende a indicação de Patrus para vice-governador, caso a candidatura do vice-presidente seja viabilizada.
Consenso é exigência
O ex-deputado estadual Rogério Correia (PT), delegado em Minas do Ministério do Desenvolvimento Agrário, confirmou a disposição do vice em disputar o governo do estado. “Mas ele ressaltou que não vai ser candidato dele mesmo e que só aceita se houver consenso na base aliada de Lula”, destacou. Nos bastidores, aliados de Patrus e de Pimentel já admitem a possibilidade de Alencar ser candidato e começam a articular a indicação para a vaga de vice-governador. Esse será um dos principais assuntos discutidos na segunda-feira com a ministra Dilma e com outros dirigentes nacionais do PT que vão estar na capital mineira para a solenidade de entrega do título de militante de honra do partido ao vice-presidente.
Quem também está animado com o crescimento das articulações em torno da candidatura do vice-presidente é o presidente do PRB em Minas, Rogério Colombini. “Nosso sonho há oito anos era Alencar no Palácio da Liberdade. Agora se ele concordar em ser o candidato da unidade, vamos fazer uma grande e bonita campanha em Minas Gerais”, afirmou Colombini. De acordo com ele, o vice-presidente já colocou os pontos que ele exige para participar dessa disputa que terá de ser alinhados com os partidos da base aliada para que haja consenso. “A principal posição dele é unir Minas Gerais. Sem essa condição não há candidatura”. Segundo ele, o próprio Lula já manifestou a Alencar desejo para que ele seja o candidato em Minas Gerais.
Fonte: Alessandra Mello – Estado de Minas