Por José Alencar, Hélio Costa abre mão de candidatura em Minas
O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), líder nas pesquisas de opinião sobre a sucessão no Palácio da Liberdade, declarou nesta sexta-feira (5), ao HOJE EM DIA, que o PMDB pode abrir mão da candidatura própria em Minas Gerais no caso de o vice-presidente da República, José Alencar (PR), candidatar-se ao Governo do Estado.
Publicado 05/02/2010 22:09 | Editado 04/03/2020 16:50
Neste caso, Hélio Costa, que tenta encabeçar a chapa dos partidos da base aliada do presidente Lula (PT) no Estado, acredita que a disputa entre os atuais pré-candidatos deverá se transferir para a vaga de vice.
O nome de José Alencar vem ganhando força entre os partidos da base. O vice-presidente é colocado como o único nome capaz de unir os aliados de Lula, consolidar um palanque forte para a candidata petista à Presidência da República, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, além de criar dificuldades para a candidatura tucana em Minas Gerais.
Nos últimos dias, o vice-presidente recebeu, em seu gabinete, em Brasília, no anexo do Palácio do Planalto, caciques do PT e do PCdoB, interessados na sua candidatura.
“Só tem uma hipótese de o PMDB não ter candidato a governador: se o vice-presidente for candidato”, disse o ministro Hélio Costa.
Caso Alencar entre no páreo, além de Hélio Costa os partidos aliados em Minas contam também com os nomes do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e o do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Até agora, todos os pré-candidatos já colocaram que abrirão mão da candidatura em nome de Alencar. No entanto, já sinalizam interesse em fazer parte da chapa como vice.
“Aí, o jeito vai ser começarmos a pensar em jogarmos uma moeda para cima e aguardarmos o resultado. Afinal, ser vice do José Alencar todo mundo quer e não vai ter a menor dificuldade para conseguir alguém”, lembrou Hélio Costa.
A expectativa dos aliados é de que o vice-presidente se pronuncie sobre a possível candidatura até o final de março, quando receberá dos médicos posição sobre os novos exames. Até lá, Alencar deverá seguir conversando com as lideranças dos partidos aliados.
Diante de uma eventual candidatura de Alencar, o ministro Hélio Costa não descarta também a possibilidade de ocupar lugar de vice na chapa da ministra Dilma, mas garante que o lugar, hoje, é do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP).
“O PMDB está acertado com o PT de que o partido deve indicar o vice. Hoje, o nome que se apresenta com todas as chances é o do deputado Michel Temer. Se amanhã tiver alguma alteração será por causa de circunstâncias de momento”, ponderou.
Confira, abaixo, a entrevista com Hélio Costa.
“Buscamos unir a base”
Como o senhor vê a possibilidade de o vice-presidente José Alencar entrar na disputa pelo Governo de Minas?
O vice-presidente José Alencar tem a admiração de todos nós. É uma das maiores lideranças do país. O PMDB, por meio da sua presidência e do possível candidato, tem só de aplaudir e apoiar as pretensões do vice-presidente. Só tem uma hipótese de o PMDB não ter candidato a governador: se o vice-presidente José Alencar for candidato.
José Alencar é o nome para unir a base aliada do presidente Lula em Minas?
O vice-presidente tem todas as qualidades e, sobretudo, a relação de amizade que ele tem com todos nós que somos dos partidos da base aliada. Não só com o PMDB, mas com o PT, com o PCdoB, o PR, o PDT, ou seja, todos os partidos da base aliada têm uma excelente relação com o vice-presidente. Estamos todos trabalhando em busca da união. Tenho certeza que, nas próximas semanas, vamos progredir muito no rumo de uma aliança em Minas que possa representar o esforço do presidente Lula de unir as suas bases para o lançamento da candidatura da ministra Dilma Rousseff.
O senhor conversou pessoalmente com o vice-presidente sobre esse possível desejo dele se candidatar ao Governo de Minas?
O vice-presidente tem sido bastante comedido nas suas declarações. É uma manifestação, antes de tudo, nossa, na medida que sentimos que há um movimento pela candidatura do vice-presidente José Alencar. Ele nunca me confidenciou se será candidato ao Governo ou ao Senado. Sempre me disse que pode ser candidato. Se for candidato ao Governo ou ao Senado, tem todo nosso apoio.
A entrada do vice-presidente na cabeça de chapa não cria um novo impasse em Minas, agora para a vaga de vice na sua chapa?
Aí, o jeito vai ser começarmos a pensar em jogarmos uma moeda para cima e aguardarmos o resultado. Afinal, ser vice do José Alencar todo mundo quer. Ele tem sido uma figura tão extraordinária que não vai ter a menor dificuldade para conseguir um vice para estar ao seu lado. E se optar pelo Senado, da mesma forma. Teremos de escolher um suplente que irá trabalhar com o José Alencar. Ainda é muito cedo para falarmos em candidaturas ou nomes definitivos. A única pretensão nossa é que o PMDB, pela admiração que tem pelo vice-presidente, se for desejo dele, está pronto para se sentar e conversar com ele.
Com relação à disputa nacional, o nome do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), está assegurado na chapa da ministra Dilma?
O PMDB está muito acertado com o PT de que o partido deve indicar o vice na chapa da ministra. Há uma manifestação no partido que o nome hoje que se apresenta com todas as chances é o do deputado Michel Temer. Agora, o próprio Michel Temer tem tratado a questão com muita cautela. Ele não se anuncia como tal, até porque o vice é convidado. Então, sabemos que uma série de circunstâncias pode alterar o quadro. Nossa primeira opção é o deputado Michel Temer. Se amanhã tiver alguma alteração será por causa de circunstâncias de momento.
Então, o senhor continua no páreo?
Vice não é uma candidatura, é um convite. Lá na frente é que as coisas devem ser pensadas e levadas em consideração. Neste momento, o nome do PMDB para ocupar a vaga de vice na chapa da ministra é o de Michel Temer.
Publicado no Portal R7, em 05/02/2019