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"Beijaço" na Paulista defende Plano de Direitos Humanos

A onda conservadora e reacionária que tenta atacar o Plano Nacional de Direitos Humanos proposto pelo governo federal não conseguiu intimidar os grupos que efendem o texto do PNDH-3.

A internet tornou-se um dos palcos principais da controvérsia. Enquanto parte da igreja católica, mais à direita, continua a contestar quatro pontos do plano (descriminalização do aborto, união civil homessexual, adoção de crianças por casais homoafetivos e a proibição da ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União) com uma série de artigos publicados online, usuários da ferramenta de microblog Twitter promovem um encontro em São Paulo para defender sua manutenção.

Num dos artigos publicados por setores conservadores da igreja, o presidente Lula é chamado de "novo Herodes"."Herodes mandou matar algumas dezenas de recém-nascidos (Mt 2,16). Com esse decreto, Lula permitirá o massacre de centenas de milhares ou até de milhões de crianças no seio da mãe!", incita o documento, induzindo os leitores a acreditarem na desgastada tese de que os fetos alvo de aborto são "crianças assassinadas". Em outro trecho do documento, os padres criticam as propostas que dão direiros aos homossexuais e dizem que o governo quer "acabar com a família e o matrimônio".

Em reação a estas pressões, diversas entidades organizam, para este domingo (7), um “beijaço” para pedir que o governo mantenha o texto original. O local já está marcado: esquina da avenida Paulista com a rua Augusta, às 17h. “Setores da sociedade brasileira que habitualmente escondem seu conservadorismo em uma retórica politicamente correta foram finalmente evidenciados por seu caráter retrógrado, antilibertário e preconceituoso”, diz o manifesto pró-plano.

A ONG Católicas pelo Direito de Decidir também apoia o PNDH-3, em especial a recomendação para que o aborto deixe de ser crime em qualquer hipótese no Brasil. “Católicas pelo Direito de Decidir que, como parte do povo de Deus, integra a Igreja e está em sintonia com a maioria das mulheres católicas brasileiras, não se identifica com as críticas da CNBB ao PNDH-3, além de considerar desrespeitosa e inadequada a identificação do Presidente da República à figura bíblica de um homicida (Herodes), defende.

Aprovado em dezembro, o PNDH-3 traça recomendações ao Legislativo para a futura elaboração de leis orientadas a casos que envolvam os direitos humanos no país.

Em nota, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que elaborou o programa, reafirma que ele incorpora propostas aprovadas em cerca de 50 conferências nacionais, realizadas desde 2003, e que sua versão preliminar esteve disponível durante 2009 para sugestões e críticas.

Com informações da Folha Online