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EUA trombeteiam novo "regime de sanções" contra o Irã

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou na terça-feira (9) que sua administração desenvolverá um "significativo regime de sanções", nas próximas semanas, mirando o Irã e seu programa de energia nuclear.

Obama afirmou que o Irã se recusou a aceitar um acordo, apoiado pela ONU e relativo ao enriquecimento de urânio, dizendo que foi feita "a tentativa mais óbvia" pela comunidade internacional para entrar em acordo com Teerã, acusando o país de seguir "um rumo que vai levar a uma nova corrida armamentista".

Obama disse também que, com a recusa iraniana, "o próximo passo são as sanções".

"O que nós vamos fazer nas próximas semanas será trabalhar no desenvolvimento de um significativo regime de sanções", anunciou.

Sobre como essas sanções vão ser aplicadas, Obama disse que sua administração vai "procurar por vários meios fazer com que outras nações também indiquem ao Irã que o ponto de vista dele é inaceitável", e as Nações Unidas "serão um dos envolvidos nesse esforço maior".

Obama disse que está confiante por que "a comunidade internacional está unida contra a má conduta do Irã" no sentido de aplicar mais pressão contra o país. Ele disse que está muito contente com a atitude que a Rússia tomou em relação a esse tema nas últimas horas".

O Irã declarou, na terça-feira (9), que deu início à produção de urânio enriquecido em 20%.

As Nações Unidas fizeram um esboço de um acordo entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a agência da ONU que observa a questão, no qual o Irã se comprometeria a enviar o urânio com baixo enriquecimento para Rússia e França, que elevariam a 20% o enriquecimento do elemento e o devolveriam ao Irã.

O Irã recusou o plano. O país está mais uma vez no centro de uma disputa internacional em relação ao seu plano de energia nuclear. Os Estados Unidos e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver um programa de armas nucleares disfarçado de programa civil.

O Irã nega a acusação e sublinha que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos. A decisão de elevar o grau de enriquecimento de urânio foi justificada pelo governo do país como uma tentativa de repor os estoques de isótopos radioativos, usados na saúde pública para tratar pacientes cancerosos.

O Irã, por meio de Ali Asghar Soltanieh, seu representante dentro da AIEA, observa que o projeto tem sido objeto de avaliações e da fiscalização do organismo internacional, assim como destacou que a nova faixa de enriquecimento de urânio foi relatada à agência, que a aprovou.

Manifestação diante de embaixadas

Na terça-feira (9) estudantes iranianos protestaram diante das sedes diplomáticas de alguns países europeus na capital do país, Teerã. A manifestação realizada em frente à representação italiana durou 20 minutos e foi convocada por causa das palavras do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que em visita a Israel na semana passada condenou o programa nuclear iraniano e pediu à comunidade internacional "fortes sanções" contra Teerã.

Apoio brasileiro

Quando esteve em visita ao Brasil, em novembro de 2009, o presidente iraniano obteve o apoio do Brasil ao projeto de energia nuclear do país. O presidente Lula afirmou, em 23 de novembro, que o Brasil "apoia o direito do Irã de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos" e com "pleno respeito aos acordos internacionais", ressaltando, porém, que o país "sonha com o Oriente Médio livre de armas nucleares".

Ahmadinejad, que falou à imprensa logo em seguida, agradeceu o apoio e acrescentou que "Brasil e Irã querem um mundo livre de armas de destruição em massa".

Da redação, com agências