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Sul-africanos comemoram 20 anos de libertação de Mandela

O herói da luta anti-Apartheid e primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, de 91 anos, participou na noite desta quinta-feira (11), no Parlamento sul-africano, da celebração do 20.º aniversário da sua liberação.

Mandela comemora

Mandela, cuja precário estado de saúde força tornar cada vez mais raras suas intervenções públicas, foi homenageado às 19h (hora da Cidade do Cabo — 15h de Brasília) no Parlamento, no que foi sua única aparição pública no dia.

Sua ex-mulher, Winnie Madikizela-Mandela, que o acolheu quando deixou a prisão após 27 anos de reclusão, em 11 de fevereiro de 1990, foi escolhida para relembrar este dia histórico.

Acompanhada de membros da família e de representantes do partido e antigo movimento de luta no poder, o Congresso Nacional Africano (CNA), ela desceu outra vez a rua Victor Verster, em Paarl, perto do Cabo, pela qual Nelson Mandela saiu da cadeia de mesmo nome, na qual passou dois dos 27 anos preso.

A prisão que abrigou o então preso político mais famoso do mundo, adquire nesta quinta-feira o estatuto de monumento histórico. Mandela havia sido transferido dois anos antes da prisão de alta segurança de Robben Island, situada numa ilha ao largo da capital parlamentar.

Milhares de pessoas percorreram os 500 metros que Mandela caminhou enquanto cumprimentava os seus seguidores em frente à prisão.

Entre os dirigente do CNA estava Cyril Ramaphosa, que liderou o comitê de recepção que acolheu Mandela na saída da prisão. Ramaphosa, com antigos representantes do CNA Mac Maharaj, Ahmed Kathrada e Andew Mlangeni, lideraram a manifestação, à qual se uniram políticos como Kgalema Motlanthe, Trevor Manuel e Julius Malema, e sindicalistas, como Zwelinzima Vavi.

Kahtrada, companheiro de prisão de Mandela, disse aos jornalistas que, após a queda do regime racista do apartheid, "recuperamos a dignidade".

Em discurso, no pedestal da estátua de Mandela erguida dainte da prisão, Ramaphosa se dirigiu aos militantes do CNA e assegurou que foram eles que libertaram Mandela, não o então presidente Frederik de Klerk. "Vós liberastes Mandela", gritou.

O primeiro presidente negro da África do Sul chegou ao parlamento acompanhado de sua terceira esposa, Graça Machel. Esta é a segunda vez que Mandela assiste à cerimônia organizada para o Discurso à Nação desde a eleição do presidente Jacob Zuma, em maio passado.

Nelson Mandela deixou a política em 1999, após um único mandato presidencial. Zuma dedicará parte do Discurso à Nação à presença de "Madiba" (o nome do clã de Nelson Mandela) no Parlamento.

Copa do Mundo

O comitê organizador do Mundial 2010 também Mandela, pela sua contribuição decisiva na atribuição da organização da competição ao país.

"Quem vai alguma vez esquecer as imagens que correram o mundo, dele agarrado ao troféu? É graças a Nelson Mandela e aos seus camaradas que os sul-africanos puderam atrever-se a sonhar em organizar o maior evento mundial", disse Danny Jordaan, diretor executivo do Mundial 2010.

E, concluindo, resumiu o legado de Mandela: "Ele deu-nos um impulso e crença nas nossas potencialidades para um feito que muitos pensavam ser impossível, pelo que nós e o país lhe estaremos eternamente agradecidos".

Da redação, com agências