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Irã minimiza retórica de Hillary Clinton e discute acordo nuclear

O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad afirmou na terça-feira (16), que o seu país continua disposto a chegar a um acordo para troca de urânio por combustível nuclear, afirmando também que vai responder de maneira dura a qualquer nova sanção imposta contra o programa nuclear do país.

“Se alguém criar problemas ao Irã, a nossa resposta vai ser como as do passado, dura o suficiente para fazê-los arrependerem-se de ter aprovado sanções”, disse Ahmadinejad, em Teerã.

Ahmadinejad respondeu assim um dia depois da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, pressionar a monarquia da Arábia Saudita a "convencer" a China a aprovar novas sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Hillary disse que novas sanções contra o Irã devem ter como alvo a Guarda Revolucionária, que, segundo ela insiste, "comanda o país como uma ditadura militar".

“Sanções não vão prejudicar o Irã”, disse Ahmadinejad, afirmando que seu governo ainda discute a proposta das potências para o enriquecimento de urânio no exterior e que o assunto ainda não está encerrado.

"EUA espalham mentiras"

O aiatolá Ali Khamenei também respondeu nesta quarta-feira (17) aos ataques proferidos por Hillary contra o Irã durante sua viagem pelo Golfo Pérsico.

Khamenei disse que os EUA tentam assustar os países árabes difamando o Irã para vender-lhes armas de alto custo. "Agora, os americanos, mais uma vez, enviaram sua agente como uma vendedora ao Golfo Pérsico para espalhar mentiras", acusou Khamenei, referindo-se a Hillary durante uma reunião com visitantes da cidade de Tabriz, noroeste do país.

Em outubro o Irã recebeu uma proposta de trocar urânio enriquecido a 3% por material enriquecido a 20%, da França e da Rússia, o que poderia abastecer seu reator de pesquisas de Teerã, que produz isótopos usados em medicamentos.

No entanto, os países não deram garantias nem detalharam os procedimentos necessários à troca. O Irã viu-se em um beco sem saída, quando o estoque de combustível do reator de pesquisas caiu a níveis alarmantes.

Em resposta à falta de transparência das potências ocidentais, anunciou na semana passada que passou a produzir urânio a 20 por cento, para satisfazer a necessidade do reator de pesquisas.

“Há algumas conversações em andamento sobre a troca de combustível nuclear”, disse Ahmadinejad, sem dar maiores pormenores. “Este caso ainda não está encerrado. Já anunciamos que estamos prontos para uma troca de combustível dentro de condições justas”, afirmou.

Hillary visita ditadura e fala em ditadura

Ahmadinejad disse que seu país "não leva a sério" as declarações da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Em visita à ditadura que rege a Arábia Saudita, ela usou um tom extremamente duro contra o Irã, dizendo que o país se torna uma "ditadura militar" e que as instituições civis e lideranças religiosas estão sendo "substituídas pela Guarda Revolucionária".

"Não levamos a sério os seus comentários. Ela é obrigada a dizer essas coisas e não sabemos qual a sua verdadeira posição", contestou Ahmadinejad.

Hillary visitou a ditadura árabe para pressionar os sauditas a reduzir seu fornecimento de petróleo a Pequim, maior comprador do produto árabe, para que os chineses "reconsiderem" a recusa em apoiar novas sanções contra o Irã.

Da redação, com agências