Dólar em queda fecha a R$ 1,783
A cotação do dólar caiu 0,83% nesta terça-feira, fechando a R$ 1,783 na venda. Foi o terceiro dia consecutivo de queda, embora no ano a moeda americana ainda acumule valorização de 2,29%, comportamento que assessores do Ministério da Fazenda atribuem à preocupação com o déficit em conta corrente.
Por Umberto Martins
Publicado 02/03/2010 19:46
O comportamento do câmbio reduz a competitividade internacional do país, contribui para o agigantamento do déficit em conta corrente e preocupa os exportadores. Os críticos da política cambial reclamam o fim do chamado câmbio flutuante, adotado pelo governo FHC em 1999 e mantido pelo governo Lula, e querem o controle das cotações, a exemplo do que faz a China e outros países com o objetivo de evitar a valorização excessiva de suas modas em relação ao dólar.
Os partidários da atual política, começando pelo presidente do BC, Henrique Meireles, resistem a mudanças e alegam que o câmbio fixo é causa de crises e instabilidade, remetendo aos primeiros anos do Plano Real. O controle sobre o câmbio, todavia, não significa necessariamente câmbio fixo. A China, por exemplo, permitiu uma flutuação administrada do valor de sua moeda (o renminbi), segundo um sistema de bandas, o que por sinal resultou numa expressiva valorização entre 2005 e 2008. Durante a crise, o governo achou mais vantajoso fixar o valor em dólar, devendo retornar à política anterior na medida em que a situação voltar à normalidade.
Bolsa em alta
Na contramão do dólar, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve alta de 0,82% nesta terça-feira A alta das ações da Petrobras e da Vale, as de maior peso no índice, foi determinante para o resultado positivo.
Em fevereiro foi registrada a saída de R$ 1,25 bilhão em investimentos estrangeiros realizados na Bovespa. Em janeiro, o resultado líquido (entre ingresso e repatriação de capitais) também foi negativo (-R$ 2,1 bilhões), depois de seis meses seguidos de saldo mensal positivo.
A inflação em São Paulo, medida pelo IPC-Fipe, desacelerou para 0,74% em fevereiro, depois de bater em 1,3% em janeiro, o maior nível desde fevereiro de 2003. A notícia é um sinal de que o Banco Central não tem razão para aumentar as taxas básicas de juros durante a próxima reunião do seu Comitê de Política Monetária (Copom). A economia precisa do contrário, ou seja, uma redução dos juros reais, que para vergonha nacional e delícia dos bancos e especuladores são os maiores de todo o mundo.