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Grécia: crise agrava e trabalhadores prometem enfrentar governo

O maior sindicato de servidores públicos da Grécia avisou ao governo que vai enfrentá-lo se as autoridades aplicarem alguma das medidas de contingência propostas para combater a crise, como a eliminação do 14º salário.

O presidente do sindicato Adedy, Spiros Papaspiros, afirmou que a suspensão desse benefício seria considerada casus belli por centenas de milhares de servidores, que em fevereiro já protagonizaram uma greve. A expressão vem do latim e é usada para designar algo que pode significar um ato de guerra.

O corte de benefícios é uma das medidas que, segundo a imprensa grega, o governo está considerando aplicar para reduzir o elevado déficit público e tirar o país de um endividamento que já equivale a mais de 110% do Produto Interno Bruto (PIB).
Outras alternativas, de acordo com os meios de comunicação, são o aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) e da taxação sobre o consumo de bebidas, cigarros e combustíveis.

Reunião

A Grécia precisa tomar medidas adicionais para atingir sua meta de corte de déficit, mas ainda não está claro o quanto falta nas ações anunciadas pelo país até agora, disse a Comissão Europeia nesta terça-feira. Na segunda-feira, Olli Rehn, comissário de assuntos econômicos e monetários da UE, discutiu com autoridades gregas a necessidade de medidas de redução de déficit além daquelas já anunciadas por Atenas.

Nenhum plano de resgate econômico ao país foi discutido, mas "ambas as partes entendem que há uma necessidade por medidas adicionais e essas deveriam ser apresentadas o mais cedo possível para garantir que a meta de 4% seja atingida", disse o porta-voz da Comissão, Amadeu Altafaj, nesta terça-feira.

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, afirmou nesta terça que seu gabinete tomará decisões sobre a área econômica na quarta-feira. Ele pediu uma reunião ministerial na quarta-feira para "tomar decisões sobre a economia", informou seu gabinete nesta segunda-feira.

A Grécia se comprometeu a cortar o déficit no seu orçamento para 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 12,7% em 2009, deixando-o abaixo do teto da UE de 3% em 2012. Altafaj disse que "não pode quantificar" o quanto falta para as medidas já anunciadas pela Grécia estarem de acordo com a meta.

FMI

O tamanho do déficit ainda estava em discussão entre os gregos e especialistas da UE, e "neste momento, nós estamos esperando por novas medidas a serem apresentadas".
O ambicioso programa de austeridade fiscal espera acalmar os mercados de dívida que têm exigido prêmios cada vez mais altos para emprestar dinheiro à Grécia em meio a preocupações de que Atenas pode declarar moratória da sua dívida, que representa mais de 120% do PIB.

A Grécia pode recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em caso de emergência para fazer frente a suas dívidas, segundo um relatório elaborado pelo Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão. O texto divulgado pelo Bundestag aponta que um país da zona do euro, como é o caso Grécia, pode recorrer aos fundos do FMI, uma possibilidade que enfrenta a oposição da chanceler alemã, Angela Merkel, e de seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, assim como do Banco Central Europeu (BCE).

Segundo o relatório do Bundestag, como membro do FMI, a Grécia pode solicitar fundos da entidade, algo que o BCE vee como menosprezo de sua independência como única instituição à qual a UE confere a responsabilidade sobre a política monetária europeia.

Com agências