Sem categoria

SP: Ato reflete unidade e combatividade do movimento feminista

A Praça do Patriarca, em São Paulo, foi hoje rebatizada de “Praça da Matriarca”. Com este ato, foi aberta a manifestação que marcou o centenário do Dia Internacional da Mulher nesta segunda-feira (8/3) ensolarada em São Paulo. Entidades do movimento feminista, sindical, estudantil, de juventude e negro reuniram cerca de mil pessoas para dizer que, após cem anos, as mulheres ainda têm pelo que lutar.

- Gisella Sedano

– Veja aqui a galeria de fotos.

A chamada do ato, "100 anos de 8 de março : mulheres em luta por autonomia, igualdade e direitos" – Ainda há por que lutar!, dava o tom da unidade que marcou as falas e o clima da manifestação. Mulheres dos mais diversos movimentos e faixas etárias deram seu recado e contaram também com a participação de muitos homens na passeata.

Para a representante da União Brasileira de Mulheres de São Paulo (UBM), Rosina Conceição, a mulher tem alguns avanços a comemorar em cem anos de 8 de março: o espaço conquistado no mercado de trabalho; instrumentos de combate à violência contra a mulher, como a Lei Maria da Penha, e o próprio reconhecimento do papel da mulher na sociedade, que vem sendo valorizado. “Não dá para a gente dizer que não houve conquistas neste sentido”, conclui Rosina.

Foto: Gisella Sedano
A UBM teve como pautas principais a legalização do aborto e a participação das mulheres nos espaços de poder

Ainda há por que lutar

Entretanto, a representante da UBM ressalta que, mesmo nestas questões onde a luta das mulheres obteve conquistas, ainda há questões a serem superadas, como a diferença salarial entre homens e mulheres quando exercem a mesma função no mercado de trabalho, as dificuldade de implementação e funcionamento da Lei Maria da Penha e a dificuldade das mulheres alcançarem os espaços de poder político. Rosina ressalta que a participação feminina no parlamento não passa de 6%, consideradas todas as instâncias. Por fim, levanta como outro importante desafio do nosso tempo a conquista da legalização do aborto e faz um chamamento: “Para diversas conquistas que ainda temos pela frente, teremos que estar nas ruas para avançar!”

Já Sônia Coelho, da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), saudou o ato denunciando a opressão sobre as mulheres como uma marca do sistema capitalista e chamou atenção para a opressão das mulheres que vivem situações de conflito e guerra. Soninha, como é conhecida pelo conjunto do movimento, listou o conjunto de bandeiras do movimento feminista, por trabalho digno, por mais creches, pelo direto à terra e a alimentação, pelo direito a moradia, e finalizou convidando os movimentos a participarem da marcha que a MMM organiza em comemoração aos 10 anos de existência da entidade. A Marcha convocada pela MMM sai de Campinas (SP) hoje e chega em São Paulo no dia 18 de março. A chamada é “Mulheres em marcha, até que todas sejamos livres”.

Foto: Sandra Cruz / Estudantenet
O ato foi encerrado na escadaria da Sé

Além da UBM e da MMM, participaram do ato estudantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e da União Paulista dos Estudantes (Upes), representantes da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), militantes da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diversos sindicatos filiados à central, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União da Juventude Socialista (UJS), e também o coletivo de mulheres do Partido Socialismo e Liberdade (P-SOL) e diversos dirigentes e militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Entre os representantes do PCdoB estava o vereador Jamil Murad. "A luta pelos direitos e emancipação da mulher faz justiça não apenas para elas como para toda a sociedade, que fica melhor quando há igualdade entre os gêneros", afirmou. Para Murad, não é possível que haja um Brasil melhor sem "que a mulher tenha um papel de destaque".

As camponesas também se mobilizaram neste 8 de março. As mulheres da Via Campesina se mobilizam por todo o país para denunciar os malefícios do agronegócio contra a vida e o trabalho das camponesas. Atos, protestos e atividades de formação e estudos acontecem desde a semana passada em todas as regiões do país.

SPM vira Ministério

Atos são realizados por todo o país. No Rio de Janeiro, o presidente Lula participa de atividade que transforma a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) em Ministério. Acompanhe as atualizações pelo Vermelho.

Assista vídeo Dia internacional das mulheres, 100 anos de conquistas e lutas
Assista também o vídeo TVSocialista debate desafios da mulher nos 100 anos do 8 de março

De São Paulo, Luana Bonone, com Agência Brasil