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Próximo Ibope vai medir influência de Lula entre eleitores

 A próxima pesquisa do Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai perguntar se o eleitor prefere votar em um candidato apoiado pelo presidente Lula, de oposição ou não vai levar isso em consideração. O objetivo é aferir o peso do apoio de Lula na decisão do eleitor na hora de escolher o candidato à Presidência, informa o jornalista do Estadão, José Roberto de Toledo, em seu blog.

Segundo ele, nos próximos dias, a Confederação Nacional da Indústria deve divulgar nova pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial. Os pesquisadores do instituto foram a campo nesta semana, como fazem a cada três meses por encomenda da CNI. O questionário que aplicaram desta vez, porém, tem algumas particularidades.

A 9ª pergunta é se o eleitor prefere votar em um candidato:

a) “Apoiado pelo presidente Lula”;

b) “De oposição ao presidente Lula”;

c) “Não vai levar em conta o apoio do presidente Lula para votar”.

A questão é interessante porque permitirá comparar o percentual daqueles que pretendem votar no candidato de Lula com a intenção de voto em Dilma Rousseff (PT). Se houver muitos eleitores que optam pela opção “a” e não declaram voto na candidata do governo, será sinal de que ela deve continuar crescendo nas pesquisas. Na hipótese de os percentuais se equivalerem, será indício de que o crescimento de Dilma se tornará mais difícil.

A pergunta 14 pede para o eleitor comparar os dois mandatos de Lula e dizer qual o melhor. Segue então a tradicional bateria de questões sobre a evolução das condições de vida do entrevistado, suas expectativas sobre o futuro da economia. As perguntas 19 e 21 também são interessantes: uma pretende medir o grau de endividamento dos eleitores, a outra, se o eleitorado aprova ou desaprova a ação do governo em 9 assuntos, de taxa de juros aos impostos, passando por meio ambiente, saúde e educação.

A partir da questão 24 há várias questões que pretendem medir o efeito que o debate sobre a privatização pode vir a ter durante a campanha eleitoral. O Ibope/CNI quer saber, por exemplo, quem, na opinião do eleitor, presta melhores serviços de educação e saúde, se as instituições públicas ou as privadas. Ou ainda se a exploração de petróleo deve ficar exclusivamente na mão do governo, da iniciativa privada ou se um meio termo.

Em geral, pesquisas de opinião pública no Brasil resultam em uma preferência do eleitor por um modelo mais estatizante do que privatista. Mas, pela sequência e forma como o questionário do Ibope foi montado, pedindo primeiro para o entrevistado avaliar os serviços públicos, para só então perguntar se eles devem ficar nas mãos do estado, pode ser que haja surpresas desta vez.

A pequisa Ibope/CNI foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 5429/2010. Foram 2002 entrevistas pessoais em todo o país, o que dá uma margem de erro máxima de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Veja aqui a íntegra do questionário aplicado pelos pesquisadores.

Diretor do Ibope acredita que Aécio será vice de Serra

Enquanto os pesquisadores tabulam os dados da pesquisa, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, continua deitando falação pró-Serra na imprensa, mas desta vez ele reconhece que haverá uma disputa plebiscitária.

Em entrevista publicada pelo blog do jornalista Ricardo Kotscho, ele diz que ainda acredita que o governador Aécio Neves será o vice de Serra, "mas só em junho, na convenção do PSDB, e vai vender caro a sua decisão de aceitar o cargo”, previu Montenegro.

A nova pesquisa do Ibope sobre eleição presidencial, que está em campo e será fechada nesta sexta-feira (12), só vai ser divulgada pela CNI no início da próxima semana, mas Montenegro antecipou alguns cenários possíveis.

Para ele, o quadro de candidatos ainda não está definido, “mas tudo indica que esta eleição caminha para um segundo turno no primeiro, ou seja, um Fla-Flu entre Serra e Dilma”. Como ele acredita que dificilmente Ciro Gomes será candidato e Marina Silva tem pouco tempo de televisão, um fator determinante na definição do cenário pode ser a indicação do vice dos dois principais candidatos.

“Vice bom, normalmente, é aquele que não tira voto. No caso do Serra, porém, poderá ser fundamental na campanha, mas só se for o Aécio, pela importância dele e de Minas na política nacional. Se for qualquer outro, não fará diferença, como não faz para a Dilma”.

Ao comentar a última pesquisa Datafolha, que deu Serra com 32% e, Dilma, com 28%, Montenegro pergunta a Kotscho: "Você acha que tudo isso é transferência de votos do Lula para ela?"

E ele próprio responde: "Claro que não. É muita gente que vai votar nela porque não gosta do Serra, do Fernando Henrique, do PSDB. Assim como muita gente vai votar no Serra porque não gosta da Dilma, do Lula e do PT", disse Montenegro.

Da redação, com informações dos blogs citados na matéria