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Lula critica antecessores e mídia no Fórum Social Urbano

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na 5ª sessão do Fórum Urbano Mundial, aberto nesta segunda (22) no Rio de Janeiro, que a “pequenez” de muita gente que governou o Brasil foi não investir nos problemas crônicos das grandes cidades como o saneamento básico. “Esse negócio de ficar enterrando tubo embaixo da terra para carregar esgoto! Não dá nem para colocar o nome da mãe ou da avó naquela manilha, porque ela está embaixo da terra. Não dá para fazer propaganda eleitoral”, discursou.

Segundo ele, isso levou as grandes cidade no Brasil a ter coleta de esgoto, mas não tratamento. “As pessoas achavam que não era importante. O importante era fazer viaduto, e aí colocavam o nome da mãe, do pai: Viaduto Lula da Silva, Viaduto Hariri, Viaduto Sérgio Cabral.”

Lula não poupou também alguns setores da mídia brasileira por não perceber ou não quererem enxergar um fenômeno que está acontecendo no Brasil. Trata-se do que ele chamou de êxodo ao contrário, quando muitas pessoas estão voltando para o campo.
O presidente diz que isso se explica que política de financiamento para a agricultura familiar, a de assentamento de 570 mil famílias e a luz elétrica que beneficiou 12 milhões de brasileiros que moravam no campo.

Também destacou que nunca se trabalhou tanto a questão da urbanização das favelas e construção de casas. Nos dois primeiros meses deste ano, segundo Lula, a Caixa Econômica já emprestou mais dinheiro do que todo o ano de 2005.

Lula afirmou que tem certeza de uma coisa: “E digo isto para terminar aqui meu discurso: a coisa mais barata e a coisa mais simples que um governo tem que fazer é cuidar da parte mais pobre da população. Essa é uma experiência rica que nós temos acúmulo e gostaríamos de discutir muito com vocês nos painéis que vão acontecer por aqui.”

FSU é aberto com passeata

Pela manhã, uma passeata com cerca de 500 pessoas, promovida pelo Fórum Social Urbano (FSU), saiu da Praça Mauá em direção aos armazéns da Zona Portuária, onde acontece o 5º Fórum Urbano Mundial (FUM), organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O FSU ocorre nos mesmos dias que o FUM, marcando importante espaço de articulação das entidades do movimento comunitário e de luta pela moradia de todo o mundo. O ato pediu cidades justas.

Até sexta (26), o Rio sedia os dois eventos iniciados nesta segunda (22/3). Ambos dedicam-se a debater as cidades e a ocupação do espaço urbano. O Fórum Social Urbano surgiu como espaço alternativo ao FUM, propondo um debate popular sobre as mesmas questões. No Centro Cultural da Ação da Cidadania, o encontro espera receber uma média de 10 mil pessoas. A programação inclui palestras, debates, oficinas e atividades culturais dentro de quatro eixos temáticos: criminalização da pobreza e violências urbanas; megaeventos e a globalização das cidades; justiça ambiental na cidade e grandes projetos urbanos; áreas centrais e portuárias.

Conam: no FSU e no FUM

A Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) participará da assembléia do FSU que, segundo a presidente da entidade, Bartíria Costa, é um importante espaço de articulação do movimento, das entidades. Entretanto, Bartíria considera fundamental também a intervenção qualificada das entidades do movimento popular durante as atividades do FUM “para que os governantes do mundo ouçam a opinião sociedade, representada por estas entidades”, defende a presidente da Conam.

A manifestação desta segunda-feira (22) teve o objetivo de exigir um real desenvolvimento dos centros urbanos, com respeito ao meio ambiente e à população. Quando o grupo do FSU chegou ao seu destino, a polícia tentou impedir a permanência dos manifestantes, mas eles continuaram no local, distribuindo panfletos.

Nesta segunda (22) foi feita a abertura do FSU. Estiveram presentes Peter Marcuse, da Universidade de Columbia , David Harvey da Universidade da Cidade de New York – ambos dos Estados Unidos – e Ermínia Maricato e Raquel Rolnik , da Universidade de São Paulo (USP).

A participação no FSU é gratuita. O espaço da Ação e Cidadania fica na rua Barão de Tefé, nº 75, no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro. Mais informações na página eletrônica do FSU.

Da Sucursal de Brasília, da Redação em São Paulo com informações da ANP e O Globo