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Quem Aécio chamou de mesquinho, intransigente e arrogante?

O tucano Aécio Neves (PSDB) deixou ontem (31) o governo de Minas Gerais para ser candidato ao Senado. No seu discurso de despedida, para o qual a imprensa nacional deu pouca importância, ele fala em "mesquinharia" e diz que a política não pode ser "a casa da intransigência, da autossuficiência e da arrogância". Seria um recado para o governador de São Paulo José Serra?

É de conhecimento público que Aécio Neves guarda mágoas pela forma como suas pretensões de ser o candidato do PSDB à Presidência foram tratoradas pelo núcleo dirigente tucano liderado por Serra. Na carta que divulgou no final do ano passado anunciando que estava desistindo da corrida ao Planalto, Aécio mandou vários recados sutis a Serra, sem citar o governador paulista nenhuma vez.

Ontem, ao se despedir do governo mineiro, Aécio adotou a mesma postura. Da sacada do Palácio da Liberdade, o governador evitou ataques diretos, mas se queixou das guerras entre rivais políticos e tentou destacar o perfil de "aglutinador" que levou parte do PSDB a defender sua candidatura à Presidência ou pelo menos sua participação na chapa.

"Devemos aos brasileiros um cenário mais generoso da ação política. A grandeza do país que somos convoca-nos à superação da lógica do enfrentamento pelo entendimento. Queremos superar a lógica do poder meramente pelo uso do poder. A política não pode ser a casa mesquinha que transforma o adversário em inimigo. Não pode ser a casa da intransigência, da autossuficiência e da arrogância. É essa a política que faço", disse.

O ex-governador agradeceu também em seu discurso aos servidores públicos e a toda a equipe de governo pela dedicação e compromisso com os projetos implementados por sua gestão. É um contraponto interessante com o discurso de despedida de Serra, no qual o governador paulista chamou os servidores públicos de "falange do ódio" por fazerem protestos contra ele.

Da redação,
com agências