Sem categoria

Professores tratados a chicote

O governo do tucano José Serra persegue professores parados e diz que a greve é “política”

classe operária - classe operaria

A atitude do governo tucano de José Serra contra a greve dos professores da rede púbica do estado de São Paulo repete os métodos da ditadura militar em três aspectos essenciais.

Primeiro, acusa a greve de política. É a forma como, a Secretaria Estadual da Educação tratou a greve. É também a opinião dos partidos do governador, o PSDB e o DEM que, no dia 30, entraram com uma ação na justiça eleitoral contra a Apeoesp e sua presidente, Maria Izabel Noronha. Alegam que, nos protestos contra o governador José Serra, foram pronunciados “discursos de índole eleitoral”, evidenciando – segundo eles – propaganda eleitoral antecipada e uso da máquina sindical. Eles querem que o TSE aplique, contra a Apeoesp, a multa máxima prevista na lei.

José Serra repete a política truculenta e antidemocrática do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Seu governo não aceita negociar com os trabalhadores em greve, dizendo que “só aceita conversar sobre salários após o fim da greve”.

Repressão: O governo Serra jogou a polícia contra os professores

Finalmente, coibe o exercício do direito de greve ao cortar os salários dos professores, uma tentativa de dobrar os trabalhadores pela pressão econômica. Também não vai pagar o bônus por resultados, que pode chegar até a 2,9 salários mínimos e vai tirar o Programa de Valorização pelo Mérito.

A greve dos professores da rede pública de São Paulo começou em 8 de março. A adesão cresceu e o movimento se espalhou pelo estado; os professores querem reajuste salarial de 34%, concurso público para efetivar os temporários, incorporação ao salário das gratificações, e plano de carreira.
A resposta do governo veio na ponta do chicote. Além das medidas acima, jogou a tropa de choque contra os grevistas, como ocorreu num protesto realizado nas vizinhanças do Palácio dos Bandeirantes, que deixou 19 pessoas feridas. Lá, a polícia usou bombas, gás lacrimogêneo e balas de borracha.

A greve é um direito constitucional dos trabalhadores cuja conquista resultou de lutas intensas. Contra seu exercício, Serra manifesta a antiga disposição tucana, e ditatorial, de quebrar a espinha dorsal dos sindicatos (como FHC tentou contra o Sindicato dos Petroleiros, em 1995), deter as lideranças dos trabalhadores e inibir a disposição de luta das massas.

Ele faz isso no governo paulista; e faria a mesma coisa na hipótese de conseguir se eleger presidente da República. É contra esta perspectiva nociva para os trabalhadores que a liderança dos professores paulistas participou, com outras entidades sindicais e democráticas, do “bota-fora” do governador Serra (dia 31). Os trabalhadores querem vê-lo fora do governo paulista e vão lutar legitimamente para que ele não tenha chance de ir para a presidência da República.