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Cebrapaz analisa quadro internacional com preocupação

Às vésperas de mais uma Conferência da ONU que vai tratar da revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNT), os movimentos pacifistas demonstram preocupação quanto à situação internacional. O alerta foi feito pela presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Socorro Gomes, para quem é grave os Estados Unidos anunciarem que poderão usar armas nucleares em circunstâncias “extremas” para defender seus interesses e dos aliados.

“A prioridade é a prevenção da proliferação nuclear do assim chamado terrorismo nuclear, à base de fantasiosas versões de que as redes terroristas teriam capacidade de produção e manuseio da bomba atômica”, criticou Socorro Gomes, que também preside o Conselho Mundial da Paz (CMP).

Palestrante do Seminário "A Revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares", realizado nesta quarta (7), no Senado, a ex-deputada federal diz que no plano estratégico dos EUA anunciado na terça (6) pela secretária de Estado, Hillary Clinton e pelo secretário de Defesa, Robert Gates, a única concessão que a nova estratégia faz é excluir o uso das armas nucleares como resposta a ataques com armas convencionais, químicas ou biológicas.

“Mais uma vez o governo da superpotência imperialista recusou-se a declarar que não será o primeiro a usar armamentos nucleares”, lamentou a presidente do Cebrapaz. Para ela, as potências imperialistas usam o seu desmedido poder para promover a chantagem nuclear, perpetrar guerras, intervenções militares, ameaçar os países mais fracos e impor resoluções e tratados sem os consagrados critérios do equilíbrio e igualdade. “O Tratado de Não-Proliferação é um destes”, considerou.

Apelo de Estocolmo

Como pacifista, ela diz que o movimento tem como princípio a defesa da eliminação de todas as armas nucleares. “Há 60 anos o Conselho Mundial da Paz lançava o Apelo de Estocolmo, que guarda impressionante atualidade. O documento, que se tornou célebre, percorreu o mundo e recolheu a assinatura de 600 milhões de pessoas, dizia com simplicidade e clareza: Exigimos a proibição absoluta da arma atômica, arma de agressão e de exterminação em massa das populações”, lembrou.

Também fazia parte do documento o estabelecimento de um rigoroso controle internacional para assegurar a aplicação da proibição e a consideração de que o primeiro governo que utilizasse arma atômica, não importava qual o país, cometeria um crime contra a humanidade e deveria ser tratado como criminoso de guerra.

Ainda sobre o TNT, ela acha que poderia haver avanços não fossem as contradições. Um dos principais pontos é que houve um congelamento do monopólio das armas nucleares e “aborda-se de maneira apenas formal as questões do desarmamento e do uso da energia nuclear para finsd pacíficos.”

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia

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