Sem categoria

Mantega defende valorização da moeda chinesa

Nesta sexta-feira (9), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez coro com as vozes que defendem a mudança da política cambial chinesa. Ele afirmou que a economia mundial será beneficiada se a China mexer no câmbio, como pedem alguns líderes globais.

"Se o governo chinês flexibilizar o câmbio, permitir que ele se valorize, será muito bom para a economia mundial", disse Mantega a jornalistas durante evento em São Paulo.

Segundo ele, apesar do fato de o país asiático ser um dos principais parceiros comerciais do Brasil, o câmbio fixo que mantém o iuane desvalorizado cria uma desvantagem para a indústria nacional num momento em que os exportadores no mundo inteiro estão brigando para vender seus produtos em meio ao fraco desempenho da economia global.

Desespero

"Tem gente desesperada para vender a qualquer preço, e quem tem o câmbio flutuante, como nós, leva desvantagem", disse. Para Mantega, se os chineses mexerem na moeda, eles também serão beneficiados porque alcançarão preços maiores no mercado brasileiro. Já a indústria doméstica ganhará competitividade.

Ao mesmo tempo, Mantega reiterou que pretende divulgar nas próximas semanas um pacote de apoio aos exportadores, que deve incluir a devolução dos créditos tributários, a criação de um banco de financiamento ao comércio exterior nos moldes do Eximbank e de um fundo garantidor de crédito às exportações.

"Serão medidas para dar maior competitividade à economia brasileira".

Inflação descendente

O ministro acredita que a trajetória da inflação no Brasil é descendente, mas alertou que o governo está vigilante contra abusos de preços e que pode recorrer a importações de algumas mercadorias para combater a especulação e ampliar a oferta de modo a reduzir a pressão inflacionária.

"Garantimos que a inflação ficará sob controle", disse. "A inflação vai diminuir nos próximos meses em todos os indicadores; terminará o ano dentro das metas do Banco Central."
O ministro atribuiu a forte alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no primeiro trimestre do ano (de 2,06%, a maior para o período desde 2003) a um choque de oferta, especialmente de alimentos, afetado pelas fortes chuvas do início do ano, e não provocada por demanda muito elevada. "É passageiro, já está passando", concluiu.

Da redação, com agências