Conferência esvaziada indica Plínio à Presidência e racha o PSOL
Quatro anos depois da malfadada candidatura presidencial de Heloísa Helena, o PSOL indicou o promotor público aposentado e ex-deputado constituinte Plínio de Arruda Sampaio, de 79 anos, para disputar o Palácio do Planalto pela legenda. Plínio foi aclamado pela 3ª Conferência Nacional Eleitoral do PSOL, neste sábado (10), na Casa do Estudante da UFRJ, no Rio de Janeiro (RJ).
Publicado 10/04/2010 21:18
Os outros dois pré-candidatos — o dirigente do partido Martiniano Cavalcanti e o ex-deputado federal Babá — se retiraram da disputa. A candidata natural e presidente do partido, a ex-senadora Heloísa Helena, decidiu não concorrer à Presidência este ano e deve se candidatar ao Senado.
A decisão pró-Plínio, porém, não encontra respaldo em todo o partido. A conferência aprofundou o racha no partido, e parte dos militantes pode apoiar a candidatura de Marina Silva. O resultado deixa marcas no PSOL, uma vez que o grupo que apoiava Martiniano, liderado pela presidente nacional do partido, Heloísa Helena, não concordava com o processo de escolha.
Os partidários de Matiniano organizaram um evento paralelo à conferência, no auditório do Sindsprev. O grupo — que incluía a deputada Luciana Genro (RS) e vários presidentes regionais do partido — não compareceu à votação. Ao fim do evento paralelo, eles saíram com objetivo de retomar a maioria no diretório do partido.
Segundo Heloísa Helena, houve uma manobra, classificada por ela como "golpista", que descredenciou da votação deste sábado os diretórios de alguns estados, como o Acre — o que deu ao grupo de Plínio o apoio da maioria dos delegados que votariam. “Agora, inicia a luta de convocação de um congresso extraordinário do PSOL para que a militância do partido possa se manifestar.”
Do total de 162 delegados credenciados para a votação que escolheria o candidato à Presidência pelo partido, 89 participaram da Conferência deste sábado e apoiaram, por unanimidade, Plínio Sampaio. Foram impugnados pelos delegados presentes, em referendo a uma decisão anterior do Diretório Nacional, 14 representantes (nove do Acre, dois de Minas Gerais, dois de Rondônia e um do Mato Grosso do Sul).
De acordo com partidários de Plínio, esses números mostram que, incluindo os impugnados, Martiniano obteria no máximo 87 votos, menos do que os 89 do agora pré-candidato à Presidência. “O golpe foi evitado”, disse o secretário geral do PSOL, Afrânio Boppré.
Plínio, em seu discurso, afirmou que “o desafio é criar o consenso entre os excluídos e consciência política para enfrentar o capitalismo”. Em relação às alianças para o processo eleitoral, ele defendeu a retomada da frente de esquerda, com PCB e PSTU, repetindo a coligação realizada em 2006.
Da Redação, com informações da Redação