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Aviação: Empresas e especialistas discutem sobre efeito de cinzas

As empresas de aviação internacionais, com o apoio do próprio diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Giovanni Bisignani, protestaram contra especialistas e autoridades europeias pelo suposto exagero e falta de cálculos específicos em relação às cinzas vulcânicas expelidas na semana passada na Islândia.

O ponto de atrito foi analisado nesta segunda-feira (19) como um conflito de interesses econômicos e comerciais, diante de, talvez, excessos nas medidas de segurança aérea, com o fechamento por mais de quatro dias da maior parte do espaço aéreo europeu

Sem rodeios, o titular da IATA enfatizou nesta manhã, em Paris, que se requerem "fatos concretos" e não especulações para enfrentar as explosões vulcânicas na Islândia.

Esta crise já reduziu o tempo de precauções e, por tanto, é hora de expressar nossa insatisfação pela forma que foi gerido pelos governos, assinalou Bisignani em uma coletiva de imprensa dada em Paris.

O representante recordou que as perdas de cada dia para a IATA chegam ao mínimo de US$ 200 mihões e exigiu a abertura de alguns corredores aéreos.

Não obstante, apesar da dureza das palavras de Bisignani, os especialistas enfatizaram que o vulcão se situa por baixo de uma densa capa de gelo do glaciar Eyjafjallajokull, o magma se resfria rapidamente e provoca violentas explosões.

No começo da tarde desta segunda, o Eurocontrol, órgão que regula o tráfego aéreo na Europa, decidiu liberar alguns voos no continente, após uma conferência telefônica entre a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, representantes dos países, autoridades de navegação aérea e especialistas.

Mas a autoridade anunciou também que vai criar uma “zona proibida” para evitar riscos de acidentes.

"Seria muito irresponsável dizer aos viajantes: bom, vamos testar, se não atingirmos as cinzas faremos um voo sem contratempos, caso contrário, podemos morrer todos", opinou o presidente do sindicato de controladores aéreos da França.

Stéphane Durand argumentou que de nenhum modo pode-se ver as medidas adotadas com esta crise como um "excesso de precaução", mas como uma estratégia conjunta da Europa diante de um fenômeno raro e extremamente perigoso.

Com uma segunda-feira de sol e céu azul, o princípio do fim do atoleiro no tráfico aéreo parece estar próximo, embora as soluções não serão mágicas e levarão dias, como advertiu o secretário de Estado de Transportes francês, Dominique Bussereau.

A reabertura de alguns corredores aéreos e o uso de aeroportos no sul da França, como alternativa, são iminentes para destravar o problema, apontou o diretor da Direção Geral da Aviação Civil da França (DGAC), Patrick Gandil.

Sobre os voos de teste sem passageiros efetuados pela Air Francel, Gandil comentou à cadeia BFM-TV que os resultados são "alentadores" e ao meio-dia desta segunda foi analisado um dos motores, para ratificar o assunto das cinzas vulcânicas.

"Não encontrando cinzas, melhor, mas não sabemos com exatidão a quantidade necessária para que um motor possa funcionar bem ou não", finalizou.

Por hora, ainda segue vigente a ordem de domingo, do primeiro ministro François Fillon, de seguir o fechamento dos aeroportos de Paris e do eixo Nice – Bordéus até amanhã às 8h locais.

Da redação, com informações da Prensa Latina