Maurício Grabois é lembrado em campanha da OAB-RJ

“Sou Mauricio Grabois, militante político, desaparecido no Natal de 1973, quando comandava a guerrilha no Araguaia. São mais de trinta anos sem saberem de mim. Será que essa tortura nunca vai acabar?”, pergunta o ator Osmar Prado, que interpreta o comunista morto pela repressão, em vídeo para a Campanha pela Memória e pela Verdade, lançada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Rio de Janeiro, na sexta-feira (16).

A campanha faz parte da luta pela abertura dos arquivos da repressão política durante a ditadura militar e tem o apoio da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. A mobilização visa pressionar as autoridades para que os corpos de vítimas do regime sejam encontrados, identificados e devolvidos às suas famílias. A OAB/RJ também está solicitando adesões para o abaixo assinado que exige a abertura dos arquivos, que podem ser feitas no endereço http://www.oab- rj.org.br/ .

Os atores Fernanda Montenegro, Glória Pires, Eliane Giardini, Mauro Mendonça e José Mayer também protagonizam vídeos onde interpretam desaparecidos políticos. Fernando Montenegro como Sonia de Moraes Angel (1973), Mauro Mendonça, como o líder estudantil Fernando Santa Cruz (1974), Eliane Giardini, interpreta a professora Ana Rosa Kucinski (1974), Glória Pires a professora Eleni Guariba (1971) e José Mayer, como o comunista David Capistrano (1974).

MAURICIO GRABOIS

Maurício Grabois nasceu em 02 de dezembro de 1912, em Salvador (BA). Ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCB) em 1930, após mudar-se para o Rio de Janeiro. Em 1962, ele e outros dirigentes, entre eles João Amazonas e Diógenes Arruda, fazem uma avaliação crítica das posições reformistas e revisionistas que o PCB passava a defender e decidem refundar o PC do Brasil.

Em 1965 teve seus direitos políticos cassados pelo Ato Institucional nº. 2 e foi condenado em vários processos à prisão. Destacado pelo PCdoB para dirigir a Comissão Militar e comandar as forças guerrilheiras no Araguaia, Grabois caiu em combate em 25 de dezembro de 1973. Ele e todos os guerrilheiros que morreram no Araguaia integram a lista de desaparecidos políticos da ditadura militar que, com uma exceção, não tiveram seus corpos resgatados para serem enterrados por seus familiares. Morreram em combate, executados ou assassinados sob brutais torturas.

A Fundação Maurício Grabois foi instituída por decisão do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e passou a existir em 2 de abril de 2008 como sucessora do Instituto Maurício Grabois (IMG).

Assita Vídeo da campanha com o ator Osmar Prado interpretando o comunista Maurício Grabois:

Fonte: Site do Vereador Luciano Siqueira