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Protesto de trabalhadores na Grécia é reprimido pela polícia

Milhares de pessoas foram às ruas de Atenas, na Grécia, neste 1º de maio para protestar contra as medidas de austeridade prometidas pelo governo em troca de um pacote de ajuda econômica. A polícia usou gás lacrimogêneo contra estudantes que faziam uma passeata em frente ao prédio do Ministério das Finanças. Agências de notícias estimam que o protesto reúne dezenas de milhares de pessoas.

Cenas semelhantes se repetiram na cidade de Tessalônica, no norte do país, numa manifestação de estudantes que se desdobrou em invasão de lojas e bancos. As manifestações deste 1º de Maio foram convocadas por sindicatos e partidos de esquerda contrários às medidas de arrocho que o governo, pressionado pela cúpula da União Europeia, promete impor e que devem incluir cortes de salários e aposentadorias e a elevação na carga de impostos.

Greve geral na 4ª

Os detalhes do pacote de maldades contra a classe trabalhadora serão anunciadas neste domingo (2) pelo primeiro-ministro grego, George Papandreou, que quer que o país se prepare para um período de austeridade. O movimento sindical convocou uma greve geral contra as medidas para a próxima quarta-feira (5). Em pesquisas de opinião, mais de 50% dos gregos perguntados disseram que estão dispostos a sair às ruas para evitar as medidas.

Também no domingo, os lideres dos países da zona do euro devem se reunir para aprovar o “socorro” ao país, uma ajuda que na verdade visa a impedir a moratória e preservar os interesses dos banqueiros.

Arrocho e FMI

O arrocho está sendo colocadas pela União Européia como condição para um pacote de socorro que poderia chegar a 120 bilhões de euros (cerca de R$ 275 bilhões) nos próximos três anos. O primeiro-ministro grego, o social-democrata Giorgos Papandreou, apelou ao patriotismo helênico para obter apoio parlamentar a seu severo plano de austeridade, que inclui profundos sacrifícios sociais para enfrentar a crise na Grécia.

Papandreou declarou neste sábado ao Parlamento que sua prioridade é "salvar a nação", com um programa que inclui alta nos impostos, redução nos salário dos funcionários e congelamento de contratações públicas e dos salários no setor privado. Ele disse que "é um dever patriótico abordar a situação, seja qual for o preço político, que é menor comparado ao custo de não se fazer nada".

"As medidas que devemos tomar, que são medidas econômicas, são necessárias para a sobrevivência de nosso país", afirmou Papandreou. Sua opinião é contestada pelos representantes da classe trabalhadora, que querem que os ricos e os bancos paguem pela crise. As medidas de austeridade foram qualificadas de "injustas" e "amargas" pelos sindicatos e resultam de negociações entre Atenas, o FMI, o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia.

Maioria

O partido governante Pasok tem maioria folgada no Parlamento, com 160 assentos de um total de 300, e já assegurou o apoio da formação de extrema-direita Laos, com 15 cadeiras.
O pacote de austeridade vai tramitar no Parlamento na semana que vem por meio de um procedimento de urgência e, conforme as regras da Casa, precisará de maioria absoluta (151 assentos) para ser aprovado. No entanto, Papandreou quer dar um caráter de "voto de confiança" ao plano.

Desta maneira, o primeiro-ministro, segundo fontes governamentais que pediram para não ser identificadas, deseja envolver o principal partido da oposição, o conservador Nova Democracia, para fazer frente à resposta social pelas medidas que pretendem diminuir o déficit atual de 13,6% para 2,9% até 2013.

Ensaio

O líder de Nova Democracia, Antonis Samaras, manteve hoje um encontro com o presidente grego, Karolos Papulias, após o qual declarou: "atravessamos momentos cruciais que requerem medidas cruciais para o bem do país".Fontes ligadas ao Partido Conservador informaram que estão dispostas a apoiar o programa do governo, apesar das diferenças em alguns aspectos sobre o pacote.

O Dia Internacional do Trabalhador foi marcado por manifestações em defesa dos interesses da classe trabalhadora e de rejeição ao pacote de arrocho, num ensaio para a greve geral convocada para a próxima quarta-feira.

Da redação, com agências