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Unasul elege Kirchner, e Chávez destaca consolidação do bloco

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, destacou que o aspecto mais importante da cúpula da Unasul, aberta nesta terça-feira (4), é a institucionalização do bloco com a eleição do ex-presidente argentino Néstor Kirchner como seu primeiro secretário-geral.

"O mais importante é que vamos sair hoje desta reunião com um secretário-geral que vai contribuir poderosamente para a institucionalizaçao do corpo político que deve ser a União das Nações sul-americanas (Unasul)", afirmou Chávez ao chegar nesta terça-feira à Argentina para assistir à cúpula do bloco de 12 países.

A Unasul foi criada em Cusco, Peru, em dezembro de 2004, por ocasião da Terceira Reunião de Presidentes de América do Sul. Agrupa Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, Equador, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela e Argentina. O objetivo primordial do bloco é favorecer um desenvolvimento mais equitativo, armônico e integral de América do Sul. Para conseguir este propósito procura desenvolver um espaço integrado nos campos político, social, cultural, econômico, financeiro e ambiental, ao mesmo tempo que busca fortalecer a voz sul-americana em foros multilaterais.

No encontro, foi decidida a nomeação do secretário-geral da Unasul — cargo que será ocupado pelo ex-mandatário argentino Néstor Kirchner, que recebeu o respaldo de todos os presentes. O anúncio da designação de Kirchner foi realizado na véspera, durante a reunião de ministros do bloco.

Outros temas das discussões foram o apoio ao Chile e ao Haiti, após os terremotos que antigiram aqueles países, o respaldo à Argentina em sua reivindicação pela soberania das Ilhas Malvinas, e ao Paraguai em sua "luta contra a violência".

No pronunciamento final da reunião, os presidentes expressaram que a "violência criminosa atenta contra os cidadãos, cidadãs e instituições do Estado" e respaldaram "as medidas que, dentro do respeito dos direitos humanos e valores democráticos consagrados em sua Constituição, foram adotadas em defesa das liberdades e na busca de um maior bem-estar, com justiça, liberdade e segurança para o povo paraguaio".

O grupo também decidiu repudiar a lei contra a imigração, em vigor no estado norte-americano do Arizona, condenando "a criminalização das pessoas imigrantes contida na lei, que permite a possibilidade de deter as pessoas, de maneira discricional, por considerações raciais, étnicas, fenótipo, linguagem e status migratório".

Por outro lado, os líderes dos países-membros da Unasul não chegaram a uma posição comum sobre Honduras. (leia mais aqui)

Sobre a cooperação na área energética, a Unasul aprovou um documento denominado Lineamento do Plano de Ação para a Integração Energética Regional que estabelece uma estratégia comum.

A expectativa é que um tratado energético para a região seja firmado na próxima reunião do grupo, marcada para o mês de agosto, na Guiana. Até o momento, os países da América do Sul mantêm apenas acordos bilaterais ou trilaterais de produção e distribuição de energia.

Na próxima reunião do bloco, o Equador deixará a presidência rotativa, que passará a ser ocupada pela Guiana, país que é presidido, desde 1999, por Bharrat Jagdeo, que já foi reeleito duas vezes, em 2001 e 2006.

Com informações da Ansa