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Governo sai fortalecido do caso Tuma Jr., diz ministro Padilha

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (10) que o governo “sai fortalecido” do episódio de denúncias contra o secretário-nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, suspeito de envolvimento com a máfia chinesa em São Paulo. Segundo Padilha, as acusações contra Tuma Junior mostram que as instituições estão funcionando e que o direito de defesa é respeitado no país.

“Só fortalece o governo o fato de as instituições estarem funcionando e o também o direito de as pessoas se defenderem ser respeitado. Nós estamos vivendo já alguns anos com essa situação, a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União, estarem funcionado no combate à corrupção e também no bom procedimento dos servidores públicos. E isso também fortalece o governo e as instituições pelo fato de as pessoas poderem se defender”, disse após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo.

Segundo Padilha, a denúncia contra o secretário não foi discutida na reunião de coordenação, que teve, segundo ele, como tema central a tramitação no Congresso dos projetos sobre o marco regulatório do pré-sal e o reajuste dos aposentados. A situação de Tuma Jr., disse Padilha, está sendo tratada pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa.

Reportagem publicada na quarta-feira (5) pelo jornal "Estado de S.Paulo" revelou gravações telefônicas e e-mails entre Tuma Júnior e o comerciante chinês Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, interceptados pela Polícia Federal durante investigação sobre contrabando. Paulo Li foi denunciado pelo Ministério Público Federal no fim do ano passado por formação de quadrilha e descaminho (contrabando). Ele está preso.

Segundo Padilha, o caso é considerado sério mas está sendo corretamente tratado pelos órgãos competentes. “Lógico que é considerado um caso sério e as instituições estão funcionando para darem conta de casos sérios como esse. Não só as instituições como o direito de defesa das pessoas”, afirmou.

O ministro destacou que Tuma Júnior tem se defendido publicamente das denúncias. “O secretário tem feito sua defesa, não só internamente, nos procedimentos, como também publicamente.” Questionado se a permanência de Tuma Junior não comprometeria o funcionamento da Secretaria Nacional de Justiça e das outras instituições, o ministro reafirmou: “Muito pelo contrário, fortalece”.

Padilha também minimizou a decisão da Comissão de Ética da Presidência de abrir procedimento de investigação preliminar contra o secretário nacional de Justiça. “É normal a Comissão de Ética pedir informações de qualquer servidor público. Cabe a ela pedir e cabe ao servidor prestar as informações”, disse.

Defesa

Em entrevista ao G1, na última sexta-feira (7), Tuma Júnior reconheceu ser amigo de Li, mas negou envolvimento com qualquer irrgularidade. O secretário disse que não deixaria o cargo."Tirem o cavalo da chuva. Não vou sair", afirmou.

No sábado (8), nova reportagem do jornal O Estado de São Paulo" revelou gravações feitas pela Polícia Federal em que Tuma Júnior supostamente tentar relaxar um flagrante de remessa ilegal de dólares ao exterior.

Ao G1, o secretário Tuma Júnior disse que não teve acesso ao inquérito, mas afirmou que não fez nada errado. "Eu não cometi nenhum crime, nenhuma irregularidade", afirmou o secretário. Ele considerou "absurdas" as novas denúncias.

Fonte: G1