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Irã afirma que troca de combustível nuclear é solução construtiva

O chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, disse nesta quarta-feira, em Teerã, que uma troca de combustível nuclear mediada pelas Nações Unidas pode servir para criar confiança em relação ao programa de energia nuclear do Irã.

"A troca de combustível nuclear é uma solução e uma oportunidade para várias partes envolvidas no fornecimento de combustível ao reator de pesquisa de Teerã no sentido de se construir uma relação de confiança mútia", disse Mottaki em uma coletiva de imprensa junto com seu colega congolês, Alexis Tambwe Mwamba, em Teerã.

Uma proposta feita pelas Nações Unidas prevê o envio de urânio pouco enriquecido para o exterior, que será então processado, convertido em combustível nuclear e retornado para o reator de pesquisas de Teerã, que produz medicamentos essenciais para pacientes com câncer, na área de medicina nuclear.

Motakki disse que a ideia foi amplamente analisada desde que foi sugerida pela primeira vez por Mohamed El Baradei, o ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU.

Ele acrescentou que o grupo de Viena, formado por França, Rússia, Estados Unidos, a AIEA e o Irã são as principais partes que procuram fechar o acordo. Mottaki sugeriu também que o Conselho de Segurança da ONU, a China e o Japão poderiam ajudar com algum tipo de incentivo.

O Irã tem levantado preocupações sobre a falta de garantias de os fornecedores na entrega do combustível enriquecido no tempo exigido. O Ocidente, até agora, não conseguiu dissipar as preocupações de Teerã.

O alto oficial expressou esperança que um acordo seja alcançado durante a próxima reunião entre Irã, Brasil e Turquia, a ser realizada em Teerã. Ele disse que o Irã está esperendo ouvir novas propostas expressas por Brasília e Ancara.

O premiê turco Recep Tayyip Erdogan e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva visitarão o Irã no futuro próximo, para levar adiante negociações sobre o tema.

Como duas nações não permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Brasil e Turquia têm procurado encontrar soluções para o programa nuclear iraniano e ajudar o país a realizar a troca de combustível nuclear com confiança.

Ao mesmo tempo, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, defendeu a garantia dos direitos legítimos de seu país na questão nuclear. Segundo ele, a nação iraniana não teme as sanções e acredita na adoção de medidas lógicas, justas e de cooperação. No entanto, Ahmadinejad disse que está disposto a dialogar com os Estados Unidos e outros países, se houver demonstrações de respeito mútuo.

"É preciso manter em mente que, por meio do clamor público, exercer pressão sobre o Irã não pode forçar a nação iraniana a recuar em seus princípios”, disse Ahmadinejad. “Essas resoluções [que eventualmente forem impostas pelo Conselho de Segurança da ONU] não têm qualquer valor para a nação iraniana”, afirmou. “O Irã é um reduto simbólico para o mundo e as nações oprimidas. É decisiva a iniciativa de enfrentar a arrogância global.”

No seu discurso, o presidente iraniano lembrou que houve, no passado, três sanções contra seu país, assim como várias ameaças. Segundo Ahmadinejad, todas essas medidas foram esforços inúteis. "A nação iraniana acredita na lógica, justiça, cooperação, amizade e atitude construtiva", disse ele.

Da redação, com informações da Press TV