Sem categoria

Dilma defende manutenção das políticas afirmativas e de cotas

Em encontro com negros e negras do PT, em Brasília, a pré-candidata Dilma Rousseff, defendeu a manutenção das políticas afirmativas e de cotas. Segundo ela, nos últimos anos o governo teve grandes avanços nesse campo, mas é preciso avançar. Dilma contou que, pouco antes do início do evento, conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ele revelou que o próximo navio a ser lançado no Brasil se chamará Zumbi dos Palmares.

Representantes da cultura religiosa africana levaram Dilma ao palco do evento. “Foi uma cerimônia de matriz africana que busca com carinho dar energia boa para a pré-candidata”, disse Célia Gonçalves, a Macota, coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab). “Na visão de mundo africana, a mulher é o princípio do mundo." Antes dos discursos, o cantor de rap Gog, do Distrito Federal, cantou duas músicas do seu repertório.

“O que nos une é o compromisso de que vamos continuar fazendo políticas afirmativas e de cotas, queiram eles ou não. Quando tiramos 24 milhões da miséria, sabemos que outros ficaram na miséria e na pobreza e que temos que assumir compromisso com o fim da miséria nessa década", afirmou Dilma. "Entre os pobres está um contingente enorme da população negra e isso nós não podemos aceitar.”

Ela disse que se emocionou com a recepção especial e ficou profundamente tocada com a questão mítica da criação do mundo pela mulher, segundo as tradições africanas. “Fico emocionada porque tive aqui uma recepção fantástica e que me comoveu muito. Quero agradecer a vocês pela beleza do ritual que vivi aqui. Sobretudo me tocou profundamente a questão mítica da criação do mundo”, contou.

A petista disse ainda que o governo tem que ter mais negros em carreiras importantes, como a de diplomatas. “Nós temos que ter mais negros no Itamaraty. Esse é um compromisso do governo Lula, porque esse é um governo que fez uma política mais afirmativa em relação à África. Esse era um país que estava virado de costas para a África”, lembrou.

No Brasil, ressaltou Dilma, ainda resistem preconceitos por conta da herança deixada pela escravidão. “A escravidão marcou profundamente nossa História, deixou no Brasil a marca indelével de que esse país foi palco de uma das maiores diásporas, movida a grilhões", discursou. "Isso ainda caracteriza um aspecto de injustiça, que nós aqui temos compromisso de eliminar, de exclusão social. Apesar do término da escravidão, [a exclusão] permaneceu no Brasil, o que afeta as pessoas pobres e mantém o traço de discriminação e racismo.”

Fonte: Dilma na Web