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Após visita, COI se diz satisfeito com progresso do Rio 2016

Em coletiva de impressa concedida nesta quinta-feira (20) à tarde, a Comissão de Coordenação (CoCom) do Comitê Olímpico Internacional (COI) fez um balanço do planejamento dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 e mostrou-se “confiante com o desenvolvimento visto”.

Por Priscila Novaes e Sueli Scutti, para o Ministério do Esporte

Liderada pela presidente da Comissão, a marroquina Nawal El Moutawakel, e pelo diretor executivo de Jogos Olímpicos do COI, o suíço Gilbert Felli, a Comissão, que está em visita ao Rio desde terça-feira (18), é composta, ao todo, de 18 membros, que representam várias unidades do Movimento Olímpico dos cinco continentes, como atletas, Comitês Olímpicos Nacionais e Federações Internacionais.

A Comissão recebeu panoramas do planejamento conjunto dos três níveis de governo para os Jogos, encabeçados pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, pelo governador do Estado do Rio, Sergio Cabral, e pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes. E obteve dos organizadores um quadro da evolução do projeto olímpico desde a vitória do Rio em outubro de 2009.

De parte do governo federal, as principais ações concretas foram o início do processo de constituição da Autoridade Pública Olímpica (APO) e o acordo obtido com a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) para construção do novo autódromo do Rio de Janeiro na região de Deodoro, zona norte da cidade, em terreno do governo brasileiro. O acordo com a CBA foi selado em reunião da entidade com o Ministério do Esporte e a Prefeitura do Rio no dia 11 de maio, em Brasília. Já a criação da APO, um consórcio público interfederativo formado pelos governos federal, estadual e municipal, foi decidida por meio de Protocolo de Intenções assinado em 12 de maio pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o governador do Estado do Rio; e o prefeito da cidade. O Protocolo segue agora para os Poderes Legislativos das três esferas da Federação. Após a ratificação de pelo menos duas Casas Legislativas, a APO será considerada formalmente criada.

Na avaliação do secretário Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, os entes governamentais cumpriram, com a constituição da APO, a primeira grande entrega ao COI: “Entregamos ao Comitê a forma de funcionamento da APO, o desenho de como os governos vão trabalhar para agilizar o trabalho que depende da administração pública. Estamos dentro do cronograma. A APO tem um dimensionamento detalhado, tem descrição das habilidades do quadro de pessoal, dos cronogramas, dos projetos. Sabemos que, quanto mais especificado e detalhado é o planejamento, mais rápida é a execução”, explicou.

Nawal El Moutawakel fez um balanço da visita: “Agrada-nos ver que o apoio do governo continua sendo tão sólido quanto no início, o trabalho em equipe continua sendo tão forte quanto foi na candidatura”, disse. Após visitarem várias instalações esportivas, Nawal acredita que “não há dúvida de que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos terão um papel fundamental no desenvolvimento e no rejuvenescimento do Rio de Janeiro”, lembrando que “é uma grande vantagem para o Rio ter disponíveis as instalações de alta qualidade do Pan 2007, mas há um grande trabalho a ser feito nos próximos anos e precisamos nos concentrar para entregar o necessário. Estamos confiantes de que a equipe irá fazer isso”.

A presidente da Comissão destacou a constituição da Autoridade Pública Olímpica (APO) como progresso dos organizadores dos Jogos Rio 2016. A APO será o órgão responsável pela coordenação de ações governamentais para o planejamento e a entrega das obras e dos serviços necessários à realização dos Jogos. O Consórcio será o integrador dos esforços dos três governos para garantir os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Ela disse que, no entendimento da CoCom, “a APO precisa ser colocada em funcionamento o mais rápido possível”.

“Gostamos muito de ver o progresso da APO e, entendemos, com a concordância do ministro (do Esporte, Orlando Silva), do governador e do prefeito, que precisamos operacionalizá-la o mais rápido possível. Estamos muito confiantes de que eles estão no caminho certo. Estamos felizes com o desenvolvimento que ouvimos nas reuniões e vamos monitorar isso cuidadosamente”, avaliou Gilbert Felli. “Após seis meses, a união dos governos continua a mesma, e isso é fantástico”, complementou o diretor de Jogos Olímpicos do COI.

Felli comentou também sobre a solidez do projeto olímpico brasileiro: “Estamos muito felizes de que não haverá necessidade de mudar o projeto, a candidatura foi excelente e o projeto dos Jogos no Rio é excelente, por isso a família olímpica quer ver esse projeto executado”. Ele se referia à transferência de localização de algumas instalações operacionais dos Jogos da região da Barra para a área do Porto do Rio, sem que isso signifique mudanças estruturais na proposta prevista no dossiê de candidatura. A alteração foi apresentada pela Prefeitura com aval do Comitê Rio 2016. Houve acordo de todos para transferência de uma parte da vila de mídia e da vila de árbitros e dos centros de tecnologia, de operações, de credenciamento da força de trabalho e de voluntários e do centro de distribuição de uniformes, além do centro de logística dos Jogos.

Também há concordância em instalar na região do Porto as operações de atendimento à imprensa não credenciada nos Jogos, que costuma somar milhares de profissionais de comunicação. Os integrantes da CoCom foram enfáticos ao elogiar o projeto da Prefeitura para regeneração do Porto do Rio. “O que o prefeito quer fazer no Rio é fantástico”, declarou Felli. Ele disse também que “é muito positivo haver quatro áreas diferentes da cidade envolvidas no projeto”, referindo-se à distribuição do projeto olímpico pelos Núcleos Barra, Maracanã (que inclui a zona portuária), Copacabana e Deodoro.

Para o presidente do Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, os três dias de visita representaram “uma demonstração da integração entre o COI e o Comitê Organizador Rio 2016, com a participação intensa dos três governos, demonstrando a união do trabalho que vem sendo feito como o foi desde o processo de candidatura. Nuzman anunciou a criação de uma comissão de representantes do esporte, formada inicialmente por Bernardinho, Joaquim Cruz, Gustavo Kuerten, Ricardo Prado, Adriana Samuel e Maureen Maggi, que terá participação ativa na organização e na elaboração dos projetos para instalações esportivas dos Jogos e a Vila Olímpica. Nuzman informou ainda que foi feito um acordo de cooperação com a Federação Internacional de Boxe para o desenvolvimento de um projeto para jovens atletas visando aos Jogos de 2016, com sede no Parque Aquático Maria Lenk.

Além da Comissão de Coordenação, acompanharam a visita ao Rio esta semana assessores do COI e o diretor geral da Associação de Federações Internacionais de Jogos Olímpicos de Verão (ASOIF, na sigla em inglês), Andrew Ryan. Também estiveram presentes o diretor executivo e o gerente de Jogos Paraolímpicos do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), respectivamente Xavier Gonzalez e Thanos Kostopoulos, que irão liderar, amanhã e sábado, o Seminário de Orientação do IPC, dando continuidade à agenda desta semana com os líderes do Comitê Rio 2016 e autoridades governamentais, desta vez voltados às especificidades dos Jogos Paraolímpicos de 2016.

“Foi muito importante vir ao Rio e estamos ansiosos para voltar em 2011, quando faremos a segunda visita. O Rio fez um bom início e estamos todos aguardando os próximos seis anos com muito interesse”, acrescentou a presidente da Comissão. Lembrando o slogan dos Jogos (“Viva sua Paixão), Nawal registrou também que, “assim como na candidatura, a paixão ainda é a mesma e o amor dos cariocas pelos Jogos permanece, e a solidariedade e a união entre os três níveis de governo está presente. Todos entrenderam que cada envolvido precisará ter sucesso em suas atribuições para termos excelentes Jogos em 2016”.