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Estados Unidos revelam nova estratégia de segurança

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelou nesta quinta-feira (27) a nova estratégia nacional de segurança em uma coletiva de imprensa na Casa Branca. Obama quer um engajamento global maior do seu país e procura amortecer o temor que os Estados Unidos já estejam em uma "guerra contra o Islamismo".

O documento, atualizado a cada quatro anos, configura as prioridades para as forças armadas dos Estados Unidos, as políticas para as relações externas e a aplicação da lei. A nova estratégia retirou algumas das palavras polêmicas inseridas pela administração Bush, como a frase "guerra global contra o terrorismo" e referências como "extremismo islâmico",

Os Estados Unidos estão empreendendo uma campanha global contra a al-Qaida e seus simpatizantes terroristas", afirma o documento de 52 páginas.

"Mas essa não é uma guerra globar contra uma tática — terrorismo ou uma religião, o Islã. Nós estamos em guerra contra um inimigo específio, a al-Qaida e seus terroristas", continua.

A nova política de segurança também defende o diálogo com "nações hostis", aumentar as relações com China e Índia e foca o fortalecimento da economia do país.

Vários dos principais conselheiros de Obama estão discutindo a nova estratégia, em um lançamento cuidadosamente planejado, em Washington.

Hillary Clinton, a secretário de Estado dos EUA, fez um discurso na Brookings Institution, na tarde desta quinta-feira, em que ela chamou de "central" para a estratégia a "defesa" da democracia e dos direitos humanos.

"Rompendo" com Bush

Analistas em Washington descreveram o documento como uma clara ruptura das duas versões anteriores de estratégia de segurança nacional, confeccionadas durante a administração Bush em 2002 e 2006, nas quais foram aprovadas ações militares unilaterais, enfatizando a "ameaça" representada pelo "extremismo islâmico".

A estratégia da administração Obama alega que os EUA trabalharão com as instituições internacionais, como as Nações Unidas e a Otan, e também apela para "reformas significativas" nessas entidades

"Uma arquitetura internacional, forjada na esteira da Segunda Guerra Mundial, está cedendo sob o peso das novas ameaças", revela o documento.

Elogios ao Brasil

A Nova Estratégia de Segurança faz elogios às políticas econômicas e sociais do Brasil, reconhecendo o país como guardião de “patrimônio ambiental único” e dá as “boas-vindas” à influência de Brasília no mundo.

Em contraste com os documentos anteriores, que citavam o Brasil de modo direto apenas uma vez cada um, o relatório de Obama dedica mais atenção ao país, que aparece dentro do tópico "Ordem internacional".

"Estamos trabalhando para construir parcerias mais profundas e mais efetivas com outros centros de influência fundamentais – incluindo China, Índia e Rússia, assim como nações de crescente influência como Brasil, África do Sul e Indonésia – de modo que possamos cooperar em questões de preocupação bilateral e global, com o reconhecimento de que poder, em um mundo interconectado, não é mais um jogo de soma zero", afirma o documento.

"Nós damos as boas-vindas à liderança do Brasil e procuramos ultrapassar as antigas divisões Norte-Sul, para perseguir um progresso em questões bilaterais, hemisféricas e globais”, declara.

“O sucesso macroeconômico do Brasil, aliado com seus passos para diminuir as desigualdades socioeconômicas, fornece importantes lições para os países em toda América e África”, prossegue o texto.

Da redação, com agências