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De olho no eleitorado de Marina, PSDB rejeita Kátia Abreu

De olho no eleitorado da pré-candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, para o segundo turno, a cúpula tucana descarta colocar a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) como vice do presidenciável José Serra (PSDB). A parlamentar preside a Confederação Nacional da Agricultura e é líder da bancada ruralista na Casa, o que afastaria o eleitorado dos "verdes" num possível segundo turno entre Serra e a petista Dilma Rousseff.

O partido avalia que o eleitorado de Kátia já está garantido para Serra. No entanto, os tucanos poderiam atrair os simpatizantes do PV e, até mesmo, reproduzir nacionalmente no segundo turno a aliança PSDB-DEM-PV feita no Rio de Janeiro para eleger o deputado Fernando Gabeira como governador. Apostam também nos votos daqueles que escolhem Marina no primeiro turno por não quererem votar no PT ou no PSDB.

Kátia Abreu foi cotada para o posto e a única a manifestar satisfação com isto. No dia do lançamento da pré-candidatura de Serra, 10 de abril, a parlamentar disse estar pronta para assumir a tarefa caso seu partido lhe pedisse. Os nomes levantados pela coligação foram os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, que se afastou da possibilidade nesta quinta-feira (27) ao reforçar sua intenção de concorrer ao Senado.

Segundo membros da oposição, a senadora articula uma antecipação da decisão sobre quem estará ao lado de Serra na corrida eleitoral porque precisa deixar o cargo de presidente da CNA até o fim de maio e não quer se arriscar a ficar de mãos abanando caso seu nome seja vetado para o posto na campanha de Serra. A parlamentar tenta pressionar o DEM para que a legenda, por sua vez, pressione o PSDB.

Mas o prestígio do DEM não está em alta desde o caso do mensalão no Distrito Federal, que envolveu diversos políticos do partido e, mais recentemente, respingou no presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia. Agora, o partido está dividido entre duas correntes: os que disputam a indicação do vice de Serra, da qual Maia faz parte, e os que querem deixar a decisão para o pré-candidato tomar. Inicialmente, o ex-PFL reivindicava a vaga de vice, mas admitia abrir mão caso Aécio aceitasse o cargo.

Convenção

O DEM pré-agendou a sua convenção partidária para o dia 28 de junho, que seria a data limite tendo em vista que os nomes devem ser oficializados até o dia 30. Assim, Serra estende seu prazo até o fim do mês para divulgar a escolha de seu vice, como tem defendido publicamente. A legenda alega que a escolha da data é apenas uma questão de agenda e que faltou outro dia vago. No mês de São João, todos os partidos farão suas convenções e vão aproveitar as festas juninas para ocupar mais espaço na mídia.

Embora o PSDB tenha rechaçado a possibilidade logo de saída, o DEM chegou a cogitar unir as duas convenções. A ideia não foi adiante. Serra precisa fazer, segundo sua coordenação de campanha, uma "superexposição" no mês de junho. Para justificar o crescimento da ex-ministra nas pesquisas eleitorais, tucanos usaram o excesso de propaganda em torno da petista e garantiram que o mês de São João seria de José Serra. A propaganda eleitoral do partido acontece neste mês e haverá uma força tarefa da agremiação para inserí-lo no maior número de espaços.

Segundo membros do DEM que participaram da escolha da data da convenção, optaram pelo final do mês para, também, deixar um espaço de tempo maior entre as demais convenções da coligação. Assim, o efeito "superexposição" seria assegurado.

Fonte: Terra