Sindjus: assembleia decide não negociar aumento da jornada

Os servidores decidiram defender a manutenção da jornada de 6 horas e lutar pelo direito constitucional da reposição imediata das perdas inflacionárias, retroativas a março de 2010.

Sindjus

Por unanimidade, a assembléia geral do Sindjus decidiu na manhã deste sábado, 29, não negociar mais com a Administração do TJMA o aumento da jornada de trabalho. Os servidores decidiram defender a manutenção da jornada de 6 horas e lutar pelo direito constitucional da reposição imediata das perdas inflacionárias, retroativas a março de 2010. Uma primeira mobilização geral da categoria foi marcada para o dia 8 de junho, data escolhida para uma paralisação de advertência da classe por 24 horas.

A assembléia considerou que, depois de meses de reuniões e promessas, as negociações com o TJMA revelaram-se frustrantes, diante da proposta final de correção dos salários em apenas 16% e parcelada em 3 vezes, em contrapartida ao aumento da jornada para 7h corridas ou 8hs, a critério da Administração. A diretoria do Sindjus estava autorizada a negociar a majoração da jornada apenas com a garantia da devida correção dos salários em 33,33%.“O papel do sindicato é encaminhar o que a assembleia decidir. Não negociamos e nem vamos negociar nenhum acordo por apenas 16%”, disse o presidente em exercício, Rivelino Pereira.

Além da proposta do TJMA ser inferior à condição estabelecida pelos trabalhadores, a omissão do presidente Jamil Gedeon diante do impasse foi interpretada como falta de compromisso da atual Administração com os servidores. Desde o início da semana, a diretoria do Sindjus aguarda uma reunião anunciada pelo próprio presidente Jamil Gedeon para tratar dessa situação, mas, até o momento, não há sequer previsão para uma audiência com o sindicato. Apesar disso, o presidente do TJMA concedeu diversas audiências durante a semana, menosprezando a negociação direta com os trabalhadores.

“Desde a nossa primeira reunião com o desembargador Jamil Gedeon, tratamos com ele sobre a questão da jornada de trabalho. Muito me surpreende o fato dele não nos receber agora. No nosso último encontro, quando eu agradeci a sua recepção, o desembargador disse que precisava agradecer nada, pois era sua obrigação nos receber”, disse o diretor Márcio Luís.

Debate

Durante a assembleia, os servidores demonstraram muita indignação com a proposta dos 16%. “Eu era a favor das 7 horas, mas não desta forma ridícula. Hoje, acho que o melhor a fazer é defender a nossa jornada de trabalho atual e lutar pela reposição das perdas inflacionárias. Se o Tribunal quiser, que nos procure agora para discutir”, disse o técnico judiciário Marco Aurélio "Marv".

Para Gervásio Maciel, técnico judiciário da comarca de Ribamar, a proposta é vergonhosa e, diante dessa injustiça, os trabalhadores devem estar prontos para enfrentar uma greve. “Por 16% alguém aqui vai querer trabalhar 7h? Eu não quero e estou pronto para a greve”’, afirmou o servidor.

Depois da manifestação dos servidores, o presidente em exercício do Sindjus, Rivelino Pereira, encerrou o debate e deu início as votações. “Não há mais o que discutir sobre essa questão. Aceitar os 16% é aceitar a redução dos salários. Pois vamos trabalhar mais e receber menos pela hora de trabalho. A diretoria do Sindjus convoca os servidores para reagir, como sempre fizemos e fomos vitoriosos”, concluiu.

Por unanimidade os servidores decidiram, então, não negociar mais a majoração da jornada de trabalho. Mas, sim, defender a manutenção da jornada de 6 horas e lutar pela reposição das perdas inflacionárias, seguindo o exemplo de vários outros tribunais estaduais. A assembleia deliberou ainda por uma paralisação estadual para o dia 8 de junho, terça feira, e instituiu uma comissão para auxiliar a diretoria do Sindjus na mobilização da classe. Integram a comissão os servidores Marco Aurélio (Fórum de São Luis), Rogério Carlos (Divisão de Material e Patrimônio) e Benilton Monteiro (Tribunal de Justiça).

Participaram da assembléia os diretores Márcio Luís, Sergio Cavalcante, Armistrong Clay, o presidente em exercício Rivelino Pereira, o assessor jurídico Pedro Duailibe, e o presidente licenciado do Sindjus Aníbal Lins.

Estiveram representadas diversas comarcas do interior do estado, como Esperatinópolis, Pinheiro, São Luís, Zé Doca, Largo da Pedra, Santa Inês, Açailândia, Coelho Neto, Paraibano, Rosário, São José de Ribamar, Caxias, Imperatriz, Bacabal, João Lisboa, Porto Franco, Itinga, Senador La Roque, Bacabal, Pedreiras e Viana, entre outras.

Fonte: Sindjus