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Confronto sangrento entre camponeses e policiais de Honduras

Um enfrentamento armado entre policiais e camponeses deixou pelo menos um morto e um ferido neste sábado (5), na região de Bajo Aguán, na costa atlântica, a parte mais atrasada de Honduras. A informação foi dada pelas autoridades do governo hondurenho.

"Pessoas fortemente armadas atacaram um grupo de policiais quando estes faziam a guarda da fazenda Despertar, que foi desocupada pacificamente por camponeses vinte dias atrás", afirmou um comunicado do Ministério da Segurança.

"Devido à agressão, ficaram feridos a bala dois policiais, que tiveram de ser transportados a um centro de tendimento em Tocoa. osé Antonio Muñoz García (44) perdeu a vida, enquanto Rigoberto Alvarado Oliva acha-se em estado delicado", diz o comunicado.

Não houve informação sobre a situação dos camponeses. Conforme emissoras de rádio locais, também eles devem ter sofrido baixas no tiroteio.

No último dia 12, seguranças armados contratados pelos donos da fazenda expulsaram os camponeses. A zona do fértil vale do Aguán é um foco de conflito entre os poderosos latifundiários locais e os membros do Movimento Camponês Unificado de Aguán (Muca), que promoveu a ocupação.

No dia 14 de abril, uma delegação do governo de Porfirio Lobo e outra de dirigentes do Muca firmaram um acordo, pelo qual o governo entregaria aos camponeses 11 mil hectares de terra. No entanto, o conflito prosseguiu enquanto o governo negociava a compra de terras junto aos fazendeiros, para revendê-las aos camponeses com financiamento de 20 anos, sem juros.

Treze membros do Muca estão em greve de fome no centro de Tegucigalpa desde o dia 24. Eles solicitam justamente a retirada dos militares e policiais, que segundo eles os hostilizam apesar do acordo alcançado.

Fonte: La Jornada (http://www.jornada.unam.mx)