Amazonenses param o centro de Manaus em defesa da Reman
O Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro/AM), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e mais 18 entidades e organizações dos movimentos sociais pararam o centro de Manaus, ontem (14), em passeata pela modernização da Refinaria de Manaus (Reman). Alguns parlamentares também se fizeram presentes e acompanharam as 2.000 pessoas que se manifestaram em duas das principais avenidas do centro da capital amazonense.
Publicado 15/06/2010 14:21 | Editado 04/03/2020 16:12
Construída em apenas uma semana, a atividade mostrou a força do engajamento e o grau de atenção da sociedade civil organizada sobre os prejuízos da perda de 10 mil empregos diretos e indiretos, além dos R$ 1,4 bilhões de arrecadação em ICMS. Impactos imediatos na economia do maior estado da federação caso a Petrobrás não encampe a modernização da única refinaria situada no norte do país.
Diante do amplo envolvimento de variadas representações dos segmentos sociais, o coordenador-geral do Sindipetro/AM, Acácio Carneiro, encerrou a manifestação de forma enérgica. “Hoje vou dormir tranquilo. Porque a luta está sendo travada”, disse.
Outras iniciativas para defender Reman
Não foi só nas ruas que a Reman foi defendida. Desde a semana passada, essa pauta tem sido discutida em ambientes variados.
Após a plenária que deflagrou a manifestação de ontem, realizada dia 7, a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB) ingressou com a proposta de audiência pública na Câmara dos Deputados.
Sempre presente nas discussões dos petroleiros e protagonista da luta que garantiu a construção do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, o deputado estadual Eron Bezerra (PCdoB) levou o tema para a Assembleia Legislativa do Amazonas (PCdoB).
Ontem pela manhã, foi a vez da Câmara Municipal de Manaus (CMM) discutir o assunto em audiência pública. Iniciativa do vereador José Ricardo (PT).
Para entender o problema
Desde o ano passado, o Sindipetro/AM e a FUP se movimentam para incluir a modernização da Reman no plano estratégico 2010-2014 da Petrobrás. Esse ano, no entanto, a aprovação do plano não contemplou o objetivo dos petroleiros.
A obra corresponde a 0,86% do total de recursos que a empresa tem para fazer investimentos e adequaria a Reman na legislação ambiental que, a partir de 2013, será obrigatória. Uma vez não concretizada a modernização, a refinaria deve, por força da Lei, deixar de produzir derivados de petróleo.
Do ponto de vista técnico, haverá exigência para que as refinarias baixem o teor de enxofre na gasolina de 500 ppm para 10 ppm. O mesmo ocorrerá com o óleo diesel que terá seu teor reduzido de 2.000 ppm para 50 ppm.
O não-investimento na Reman, segundo o dirigente da FUP Aldemir Caetano, desrespeita a condição estratégica da região amazônica e afeta todos os estados do norte do Brasil e mais parte dos países fronteiriços que são abastecidos pela refinaria.
Entidades diversas participam
CUT, CTB, Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil, da justiça eleitoral, dos metalúrgicos, da Polícia Civil, dos jornalistas, da telecomunicação, UJS, UBM, UNE, UBES, UESAM, UEE-AM, PCDOB, PT, PSB, PDT, o deputado estadual Eron Bezerra, os vereadores Gilmar Nascimento, José Ricardo e Mário Frota acompanharam o Sindipetro/AM e a FUP na manifestação.
De Manaus,
Anderson Bahia