Construção de Angra 3 aquece mercado de trabalho

O mercado de trabalho em Angra dos Reis está aquecido com a retomada da construção da Usina Nuclear Angra 3. Até o dia 15, 1.372 trabalhadores foram contratados para as obras da usina, dos quais 1.135 oriundos do município, disse o assistente da presidência da Eletronuclear, Leonam. “Isso está muito dinâmico e pode ser que já tenha mais contratados”, afirmou.

Guimarães participou do seminário sobre energia elétrica, promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais seção Rio de Janeiro (Apimec-RIO).

Dos profissionais contratados até agora, a maior parte é de operários da construção civil, além de engenheiros. De Parati, foram contratados 83 trabalhadores, mais 24 de Rio Claro e 130 de outras regiões. A atual fase da obra envolve o início da concretagem da laje do reator. A previsão é que a usina entre em operação comercial em 2015.

Leonam Guimarães acredita que a geração de empregos deve crescer num ritmo maior nos próximos meses, quando as obras deslancharem. O pico da contratação é aguardado a partir de 2011, como resultado do edital da montagem eletromecânica, que já foi lançado pela estatal. “Aí já é outro perfil de profissional mais qualificado”. Entre eles, eletricistas, soldadores e técnicos em mecânica.

O diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Eletrobrás, Armando Casado de Araújo, que também participou do seminário, disse que a construção de Angra 3 está avaliada em R$ 8,5 bilhões e que a empresa está traçando o desenho para o seu financiamento. Segundo ele, entre 70% e 80% do empreendimento poderão ser financiados. A Eletrobrás já deu entrada em carta consulta no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A assessoria de imprensa do banco confirmou que o pedido de empréstimo está sendo analisado pela área técnica do BNDES.

Ainda nesta semana, deverá ser publicada no Diário Oficial da União portaria do Ministério de Minas e Energia que trata do modelo de contratação de energia de Angra 3. A portaria vai determinar o preço da energia da usina e a garantia física do empreendimento a ser contratado.

A definição da contratação é considerada uma peça fundamental para viabilizar o financiamento do BNDES. A obra deverá contar ainda com créditos externos e recursos da Reserva Global de Reversão (RGR), que é um fundo do setor elétrico destinado, em geral, para a ampliação do sistema energético no Brasil.

Informações da Agência Brasil