IBGE: famílias do DF têm o maior gasto do país
A família brasileira gastou, em média, R$ 2.626,31 por mês entre 2008 e 2009, mas no Distrito Federal a despesa média mensal foi 50,9% maior, de R$ 3.963,99, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alagoas teve a menor despesa média total, de R$ 1.223,94 e a região Nordeste foi a que menos gastou (R$ 1.700,26).
Publicado 23/06/2010 15:38 | Editado 04/03/2020 16:41
Os gastos com alimentação, habitação e transporte representaram 61,3% da despesa total das famílias, sendo que a alimentação foi responsável por 16,1% dos gastos. As famílias que ganham mais de R$ 10.375 por mês gastaram quase seis vezes com alimentação do que as famílias com menor rendimento, de até R$ 830, informou o IBGE.
A distância média da despesa per capita entre os 40% das famílias com menores rendimentos e os 10% mais ricos foi de 9,6 vezes. A maior disparidade entre as duas parcelas das faixas de renda foi encontrada no Nordeste, com distância de 11,3 vezes, enquanto no Sul foi detectada a menor desigualdade, de 6,9 vezes.
Segundo o IBGE, os gastos com remédios entre as famílias com menor rendimento pesaram 4,2% da despesa total, contra 1,9% entre as que ganham mais de R$ 10.375 por mês. As famílias mais carentes gastam 0,3% com plano de saúde, enquanto na classe oposta esse investimento representa 2,4% das despesas.
Em relação à educação, as famílias que contavam com integrante com menos de um ano de estudo a despesa média mensal chegava a R$ 1.403,42, enquanto as que possuíam membro com mais de 11 anos de estudo gastavam em média R$ 4.314,92, ou cerca de 207% mais.
O curso superior também influenciou na despesa, com gasto médio de R$ 1.659,99 nas famílias em que não havia ninguém com nível superior completo ou incompleto. Nos domicílios com apenas uma pessoa com nível superior, o gasto subia 160%, para R$ 4.296,05, enquanto nas com mais de uma pessoa o valor era 390% maior que nas que não possuíam nível superior (R$ 8.117,27).
As famílias com pessoas de referência do sexo masculino gastaram 7% mais que a média nacional, enquanto as com mulheres como referência tiveram 15% menos gastos. A diferença de despesas entre esses dois estratos aumentou 5 pontos percentuais entre o levantamento de 2002/03 para o de 2008/09, para 20%.
A despesa das famílias com pessoa de referência de cor branca ficou 28% acima da média nacional e 89% superior aos gastos de unidades familiares com pessoa de referência de cor preta. Essa diferença cresceu na comparação com o último levantamento do IBGE, de 82% para 89%.
A família brasileira teve rendimento mensal médio de R$ 2.641,63 no período, com 61% do valor fruto do trabalho. A segunda maior participação no rendimento foram as transferências (18,5%), como aposentadorias e pensões (80% das transferências).
Com R$ 2.763,47 de rendimento mensal, 75% das famílias brasileiras têm algum grau de dificuldade para chegar ao fim do mês. Na classe dos mais pobres, com rendimentos até R$ 830 (a menor), cerca de 88% indicaram algum grau de dificuldade e 31,1%, muita dificuldade. Entre os mais ricos, com mais de R$ 10.375 de renda, só 2,6% tinham algum grau de dificuldade e 72%, facilidade.
O rendimento do trabalho é a maior fonte do rendimento total e variação patrimonial das famílias, cerca de 61,1%, no valor de R$ 1 688,00.
Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, divulgada nesta quarta-feira. O levantamento foi realizado entre maio de 2008 e maio de 2009 em 60 mil domicílios.