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Imigrantes serão maioria nos EUA em 2042

Um estudo divulgado nesta terça-feira (6) pelo Instituto Brookings, em Washington, oferece uma prévia do Censo de 2010 e revela as profundas mudanças sofridas pela população americana na última década. Os imigrantes serão maioria no país em 2042, segundo a previsão do instituto.

O documento constata que um terço da população dos Estados Unidos atualmente não é "branca" (o Brookings usa o termo "não branco" com critérios étnicos, e não de cor, para designar hispânicos, negros, asiáticos e pessoas de outras regiões e países).

Nova maioria

A participação desses grupos vem crescendo e, em 2042, eles serão a maioria no país. De acordo com o estudo, minorias étnicas e raciais foram responsáveis por 83% do crescimento da população americana na última década.

A população dos Estados Unidos passou dos 300 milhões de habitantes em 2006 e, segundo o Brookings, deve chegar a 350 milhões de pessoas por volta de 2025. Os imigrantes, que em 1970 representavam 5% da população, já compõem hoje 12%.

Segundo o relatório, patrocinado pela Fundação Rockefeller, um quarto das crianças americanas são filhas de pai ou mãe imigrante.

Desigualdade

Nas grandes regiões metropolitanas, foco principal do estudo, um em cada seis habitantes nasceu fora dos Estados Unidos.

Os dados revelam também que a desigualdade é grande. De acordo com o relatório, 85% dos adultos hispânicos e afro-americanos não têm diploma universitário, percentual bem abaixo do registrado entre "brancos" e asiáticos.

Segundo os autores do estudo, os líderes americanos, tanto em nível federal quanto nos Estados e municípios, precisam cada vez mais levar em conta esse novo perfil demográfico do país na hora de planejar suas políticas.

Entre as sugestões, está a realização de uma reforma ampla nas leis de imigração, para "proteger as fronteiras" e oferecer um caminho para a legalização e apoio para práticas que facilitem a incorporação dos imigrantes.

Intolerância crescente

O peso crescente dos imigrantes na população e na economia desperta reações extremistas em parte da população e vem sendo explorado pelos conservadores, especialmente do Partido Republicano, que pressionam por medidas de repressão aos estrangeiros, em sua maioria trabalhadores e trabalhadoras que migraram de seus países em busca de melhores salários e condições de vida.

A intolerância dos “brancos” é crescente e foi traduzida recentemente na aprovação de uma lei no Arizona que considera crime estadual a presença de imigrantes ilegais e permite que a política pare, interrogue, exija documentos e recolha ao cárcere pessoas consideradas suspeitas. A nova lei entra em vigor no dia 29 de julho, mas já provocou fortes protestos e despertou indignação entre os imigrantes (principalmente mexicanos) e setores democráticos dos EUA.

Com agências