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Igreja anuncia que Cuba vai libertar 52 presos

O arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega, divulgou, nesta quarta-feira (07), que o governo de Cuba aceitou libertar 52 presos considerados como “dissidentes” por entidades estrangeiras. O compromisso teria sido obtido após reunião entre o religioso, o presidente cubano, Raúl Castro, e o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, que está na ilha caribenha em visita oficial.

Cinco dos presos seriam libertados em breve, enquanto outros 47 seriam gradualmente soltos ao longo dos próximos três ou quatro meses, anunciou o arcebispado. Ainda segundo a igreja, os libertados e suas famílias serão levados para a Espanha. A decisão, de acordo com o cardeal, faz parte do processo de conversas com as autoridades da ilha, que Moratinos "acompanhou" pessoalmente com uma visita a Cuba que termina hoje.

Moratinos confirmou à imprensa que foi firmado um "compromisso pleno" para "resolver definitivamente a questão dos presos" e citou os desdobramentos de tal posição. Segundo ele, "não há nenuma razão para manter a Posição Comum", que desde 1996 submete as relações da União Europeia (UE) com Cuba ao que o grupo entende por direitos humanos.

O chanceler também deixou claro que os "Estados Unidos também terão que tomar nota" e ressaltou que se "abre uma nova etapa para Cuba”. Moratinos assistiu ao jogo da Espanha na semifinal da Copa do Mundo ao lado de Raúl Castro. O jornal oficial de Cuba, o Granma, publicou uma pequena e superficial matéria sobre o encontro e reproduziu nota do arcebispado de Havana, que informa sobre as libertações. O anúncio foi encarado como mais uma prova da disposição do governo cubano em dialogar.

As 52 pessoas que serão soltas são as inegrantes do chamado “Grupo dos 75”, que permancem presas. O grupo foi condenado a penas de até 28 anos em 2003, com base na lei de número 88 de Proteção da Independência Nacional e da Economia de Cuba. O governo cubano já havia libertado um preso que estava doente, Ariel Sigler, e transferido outros 12 para prisões em suas províncias.

De acordo com a Telesur, em 2003, os Estados Unidos intensificaram o recrutamento, o financiamento e a utilização de mercenários nas suas pretensões de enterrar a livre determinação do povo cubano. "Estas ações incluíam o envolvimento direto de diplomatas estadounidenses em Habana e, em vista deste cenário, o governo de Cuba solicitou reiteradas vezes às autoridades dos EUA que encerrassem suas atividades ilegais, antes de processar os que atuavam como mercenários, mas não recebeu resposta".

Ainda segundo a Telesur, em seguida, foram realizados 29 julgamentos, em diferentes províncias, nos quais foi demonstrado que todos os sancionados do grupo dos 75 realizavan atividades para derrubar a ordem política, econômica e social em Cuba, sob financiamento dos Estados Unidos.

Todos os acusados exerceram seu dereito de serem escutados em tribunales previamente constituídos e tiveram direito à defesa, tal como estabelecem as leis cubanas. Diferente do que acontece com os homens presos pelos Estados Unidos, ali bem perto, na Baía de Guantânamo.

Com agências