Dilma contemplará mais de um candidato onde houver palanque duplo
Nesta segunda-feira, 12, na primeira reunião pós-convenções da coordenação de campanha da presidenciável Dilma Rousseff – ocorrida no comitê que será inaugurado amanhã, em Brasília, com a presença de Lula – todos os partidos da base estiveram presentes e deliberaram sobre os próximos passos da corrida eleitoral. Uma das mais importantes decisões tomadas foi a garantia de que nos 15 estados com palanque duplo, a petista contemplará igualmente ambos os candidatos.
Publicado 12/07/2010 21:21
A resolução favorece a situação de Flávio Dino (PCdoB) no Maranhão, onde o PT nacional fechou oficialmente apoio a Roseana Sarney (PMDB). “Vamos nos empenhar para que esta decisão seja levada em conta durante toda a campanha”, disse Renato Rabelo, presidente do PCdoB, responsável por levantar tal questão durante a reunião. O mesmo entendimento é esperado no caso do Amazonas, no palanque de Omar Aziz (PMN), que busca a reeleição e onde o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR) também disputa a vaga; ambos defendem o nome da petista.
“Os candidatos ao governo que apóiem Dilma são bem-vindos. Mas, como isso vai acontecer na prática, é uma regra que ainda não foi definida”, disse o comunista. O acerto vai depender da situação em cada estado. Em alguns, é possível que os dois candidatos estejam no palanque da candidata; em outros, pode acontecer dela ir para os palanques dos dois candidatos, separadamente.
Outra questão estratégica foi a necessidade de se intensificar a campanha no Sul, em São Paulo e em Minas Gerais, os dois principais colégios eleitorais do país, reforçando ainda a presença no Nordeste e demais regiões. Neste sentido, uma das saídas nesse período que antecede os programas de rádio e televisão é a realização de eventos com prefeitos de diversos municípios, o que contribui para estreitar o diálogo local, proposta também sugerida pelo PCdoB.
Força-tarefa
Além do conselho que reúne quinzenalmente presidentes dos partidos aliados e lideranças de outras siglas, foi definida a formação de uma coordenação operativa da campanha, que se reunirá semanalmente, com caráter executivo e que será formado por nomes indicados pelas legendas. Na reunião de hoje, estiveram presentes líderes de nove legendas que oficialmente formam a base (PT, PMDB, PCdoB, PDT, PSB, PR, PRB, PSC e PTC), além de lideranças do PP – que deve fazer em breve ato de manifestação de apoio – e do PTB, como o senador Gim Argello (DF). Aliado de primeira hora do campo de Lula e Dilma, o parlamentar manteve sua posição juntamente com boa parte do seu partido, apesar de ter sido fechado apoio oficial a José Serra (PSDB).
Os debates desta segunda-feira também definiram que os partidos indicarão seu representante para a discussão sobre o programa de governo, com base em propostas já encaminhadas pelo PT, PMDB e PCdoB e sugestões dos demais partidos. Dia 19 será feita a primeira reunião com esse caráter.
Segundo Renato Rabelo, “o ânimo dos partidos é o maior possível, sobretudo pela participação efetiva de todos no conselho, na coordenação operativa e na elaboração do programa, mostrando que apostam em Dilma e que a candidata tende a crescer e se firmar cada vez mais”.
O dirigente comunista destacou que apesar de toda a exposição de Serra especialmente no final de maio e em junho – fazendo o tucanato acreditar que atingiria uma vantagem de ao menos 10 pontos em relação à petista – Serra continuou em seu patamar. “Para se ter uma ideia, a exposição do candidato nesse período foi maior do que toda a campanha de Ciro Gomes em 2002. Mas, as últimas pesquisas mostram empate ou vantagem para Dilma. Serra começou com cerca de 40% de intenção, Dilma, com 4% ; de lá para cá, ela só cresceu, enquanto o tucano continua na mesma e com rejeição maior”, explica.
Da redação,
Priscila Lobregatte