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EUA: Aumentam detenções e deportações de indocumentados

Enquanto o governo Obama envia sinais de alento aos indocumentados ao tratar de frear medidas como a lei estadual SB1070, continuam aumentando as detenções e deportações, segundo números do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).

Durante o ano fiscal 2008, o ICE deportou 369.221 imigrantes sem documentos, 20 por cento mais do que durante 2007 e um número recorde para o órgão federal.

Em 2009, as deportações somaram 387.790 e até 7 de junho deste ano, 227.163 estrangeiros saíram do país, e segundo um memorando interno do ICE, a meta para 2010 é ultrapassar os 400.000 imigrantes.

De acordo com a organização pró-imigrante "America's Voice", com sede em Washington, que analisou os dados do ICE dos deportados, em 2008 uns 261.753 não tinham antecedentes criminais e em 2009, 272.202.

O grupo nacional, que luta pela aprovação de uma reforma imigratória, estima que o ICE em 2010 tirará do país 250.000 imigrantes que não cometeram faltas graves.

Bárbara González, porta-voz do ICE, confirmou que a prioridade do órgão continua sendo a mesma dos últimos anos: "Identificar e deportar qualquer pessoa que signifique um risco para a comunidade e segurança da nação".

A porta-voz ressaltou o trabalho dos milhares de agentes de imigração que em 2008 prenderam 34.155 imigrantes que eram procurados pelo ICE, em 2009 foram 35.094 e até 6 de março de 2010 outros 13.611.

Enquanto os "criminosos indocumentados" que foram colocados em processo de deportação depois de ser fichados nos cárceres nacionais, em 2009 resultaram 232.796 e até 28 de fevereiro deste ano já somam 151.937.

Num discurso recente no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), a secretária de Segurança Nacional (DHS), Janet Napolitano, destacou os objetivos alcançados pela administração do presidente Barack Obama no tema da segurança fronteiriça.

Segundo Napolitano,o DHS conseguiu reduzir em 23 por cento – de 724.000 para 556.000 – o número de imigrantes indocumentados detidos pelos agentes fronteiriços entre 2008 e 2009. Também enfatizou a ampliação de programas como "Comunidades Seguras", que nos centros de detenção identificaram 34.900 estrangeiros condenados por crimes sérios, dos quais 8.500 deixaram os EUA.

"O DHS diz que sua prioridade são os criminosos violentos, mas sabemos que não é verdade. A maioria dos detidos em batidas de imigração não têm antecedentes criminais. Estas pessoas não têm a oportunidade de lutar por seus casos na corte porque são transferidos para custódia do ICE", finalizou Tana Liu Beers, advogada do Centro de Justiça.

Fonte: AcheiUSA