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Itália: Jornalistas reagem contra "lei da mordaça"

Noventa por cento dos jornalistas italianos aderiram, na última sexta-feira (9), à greve contra uma lei do governo de Silvio Berlusconi, que limita as escutas telefônicas nas investigações policiais e a sua divulgação.

Segundo a Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), que convocou a jornada, esta foi a maior greve no setor nos últimos 15 anos. Mais de 90 por cento das televisões, jornais, rádios e agências de notícias paralisaram naquele que foi chamado o "dia de silêncio".

A greve das mídias italianas foi precedida de várias manifestações de protesto, principalmente no dia 1 de julho, quando milhares de pessoas saíram à rua em 22 cidades para dizer "não" à nova lei.

A chamada "lei da mordaça", que aguarda aprovação final no parlamento, prevê penas de 30 dias de prisão e multas até 10 mil euros para os jornalistas que divulguem escutas durante as investigações ou partes de processos em segredo de justiça, e multas até 450 mil euros para os respectivos editores.

A lei estabelece ainda um prazo de 75 dias para a realização de escutas durante as investigações policiais, restrição contestada pelos magistrados, já que constituiria um sério obstáculo à investigação do crime organizado.

Fonte: Jornal Avante!