Itália: Jornalistas reagem contra "lei da mordaça"
Noventa por cento dos jornalistas italianos aderiram, na última sexta-feira (9), à greve contra uma lei do governo de Silvio Berlusconi, que limita as escutas telefônicas nas investigações policiais e a sua divulgação.
Publicado 15/07/2010 18:53
Segundo a Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), que convocou a jornada, esta foi a maior greve no setor nos últimos 15 anos. Mais de 90 por cento das televisões, jornais, rádios e agências de notícias paralisaram naquele que foi chamado o "dia de silêncio".
A greve das mídias italianas foi precedida de várias manifestações de protesto, principalmente no dia 1 de julho, quando milhares de pessoas saíram à rua em 22 cidades para dizer "não" à nova lei.
A chamada "lei da mordaça", que aguarda aprovação final no parlamento, prevê penas de 30 dias de prisão e multas até 10 mil euros para os jornalistas que divulguem escutas durante as investigações ou partes de processos em segredo de justiça, e multas até 450 mil euros para os respectivos editores.
A lei estabelece ainda um prazo de 75 dias para a realização de escutas durante as investigações policiais, restrição contestada pelos magistrados, já que constituiria um sério obstáculo à investigação do crime organizado.
Fonte: Jornal Avante!