Hillary vai ao Afeganistão e pedirá mais dinheiro a aliados
A secretária de Estado dois Estados Unidos, Hillary Clinton, chegou nesta segunda-feira (19) à capital do Afeganistão, Cabul, para reunir o presidente instalado pela ocupação Hamid Karzai e o novo chefe das forças de ocupação do país, o general David Petraeus, para aparar as arestas que existem entre o comando militar e o grupo instalado no poder afegão.
Publicado 19/07/2010 17:00
Sob pretexto de transferir mais poderes para as forças de segurança locais, Hillary dará aos dois representantes novas coordenadas para a continuidade da ocupação, que foi abalada pela recente crise desatada pelo antigo comandante americano das forças militares, Stanley McChyrstal, demitido por Obama ao apontar fissuras entre o governo e o comando militar sobre o destino da ocupação.
Karzai apreciava o comandante militar demitido que, segundo ele, era mais atento ao problema de ataques indiscriminados contra a população civil do país.
Hillary pretende se reunir hoje com Karzai e com o novo chefe das forças internacionais no Afeganistão, o general americano David Petraeus.
Na terça-feira, a secretária de Estado dos EUA participará — ao lado de diplomatas de outras 70 nações e organizações — da Conferência de Cabul, quando Karzai deve pedir mais US$ 13 bilhões em financiamento internacional em ajuda "para lutar contra a guerrilha talibã", dentre outras alegações.
O Afeganistão pretende aumentar o número de suas forças de segurança para mais de 170 mil militares, dar início a um programa de cooptação de guerrilheiros talibã, por meio de auxílio financeiro, que desmobilize pelo menos 36 mil deles e pretende aumentar também a receita de impostos domésticos para 9,4% do PIB até março do ano que vem.
Subestimaram a dificuldade
A comunidade internacional subestimou a dificuldade da missão no Afeganistão, afirmou nesta terça o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em uma entrevista concedida à rede de televisão dinamarquesa TV2 News.
"Sinceramente, acho que a comunidade internacional subestimou a missão no Afeganistão. Por causa disso levamos muito mais tempo para ajudar os afegãos a estabelecer capacidades suficientes para reconstruir o país e assegurar a paz e sua estabilidade", disse ontem o representante da força de ocupação.
"Certamente existe uma vontade do poder" em Cabul de resolver os problemas do país. Mas "faltam sobretudo meios suficientes para isso", indica Rasmussen, sinalizando que os ocupantes rodarão mais uma vez o pires de doações entre seus aliados.
O secretário-geral da Otan mostrou-se "otimista" sobre o futuro do Afeganistão, apesar da forte resistência da guerrilha talibã, que neste ano causou fortes perdas entre os ocupantes
Da redação, com agências