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Suriname elege líder de dois golpes para Presidência

O ex-ditador Desi Bouterse, de 64 anos, foi eleito ontem presidente do Suriname. Ele obteve o voto de 36 parlamentares de um total de 51. Bouterse enfrenta um julgamento pela execução sumária de um grupo de 15 opositores, em 1982, e foi condenado à revelia a 11 anos de prisão por tráfico de cocaína na Holanda, em 1999. Ele foi protagonista de duas tentativas de golpe no país – uma em 1980 e outra em 1990.

Apesar dos apelos de ONGs de defesa dos direitos humanos, a coalizão de Bouterse venceu as eleições legislativas de maio, elegendo 23 deputados. Apesar de não ter obtido maioria no Parlamento, ele conseguiu um acordo com seus inimigos políticos que abriu caminho para sua volta à presidência.

Bouterse já foi denunciado por narcotráfico e participação em uma série de assassinatos de quilombolas surinameses em 1982. O governo holandês – que colonizou o Suriname – tem um pedido de extradição do presidente que foi eleito para o cargo pela terceira vez.

Em 1999, o governo da Holanda enviou ao Brasil uma série de documentos denunciando a família Bouterse. Além do futuro presidente, o documento acusa o filho dele, Dino Bouterse. Pelas investigações dos holandeses, Dino comandou cinco operações de troca de armas por drogas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Para os críticos de Bouterse, sua aposta em assumir a presidência é a estratégia para evitar a prisão e assegurar a anistia para todos os envolvidos nos crimes de 1982.

Com agências