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União Europeia aprova novas sanções contra Irã

A União Europeia (UE) adotou, nesta segunda-feira (26) um novo pacote de sanções contra o Irã, que afetam principalmente seu setor energético. A iniciativa, decidida em uma reunião em Bruxelas, busca reforçar o bloqueio ao polêmico programa nuclear do país. As novas sanções passarão a valer nas próximas semanas, depois de serem publicadas no jornal oficial do bloco, disseram funcionários.

As medidas vão mais longe que as adotadas em 9 de junho pelo Conselho de Segurança da ONU, contra o Irã, por sua negativa de suspender suas atividades de enriquecimento de urânio, que alguns países alegam ser o prelúdio para a fabricação da bomba atômica. O Irã, contudo, nega que esteja trabalhando numa arma nuclear e afirma que seu programa tem como objetivo fins pacíficos, como a geração de energia, e que tem o direito de enriquecer urânio garantido no tratado internacional de não-proliferação nuclear.

"Será o pacote de sanções mais importante que a UE adotou contra o Irã ou qualquer outro país", destacou um diplomata europeu no fim de semana, antes do início da reunião. Em particular, a UE decidiu proibir qualquer investimento europeu, assistência técnica ou transferência tecnológica no setor do gás e do petróleo.

Apesar de o Irã ser o quarto produtor mundial de petróleo, importa até 40% de sua gasolina porque carece de capacidade de refino para satisfazer sua demanda interna. A Agência Internacional de Energia (AIE) já estimou, em um relatório recente, que as sanções internacionais "deveriam reduzir as necessárias importações de gasolina e de outros produtos" petrolíferos para o Irã e "afetar claramente", a longo prazo, o desenvolvimento das indústrias petroleiras e de gás.

O Irã não será o único afetado pelas sanções. Várias empresas europeias também serão punidas. "Vários Estados-membros (da UE) tiveram que superar problemas consideráveis, devido a seus interesses econômicos para aprovar o pacote" de sanções, destacou um diplomata.

Entre as novas sanções, também estão o aumento à vigilância sobre os bancos iranianos e a adotação de restrições a voos de carga. A UE também tem a intenção de restringir as possibilidades de intercâmbios comerciais com o Irã, limitando os créditos à exportação e de acrescentar quarenta nomes à lista de pessoas às quais não serão outorgados vistos europeus.

Estados Unidos e Austrália já tomaram medidas de magnitude similar. Desta forma, esses países esperam convencer o Irã a voltar com eles à mesa de negociações para que aceite delimitar seu programa nuclear.

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad afirmou, no domingo, que seu país irá reagir com "firmeza às sanções". "Os europeus querem impor novas sanções além das adotadas pelas Nações Unidas (no dia 9 de junho). Queria dizer que não recebemos favoravelmente uma tensão ou nova resolução, queremos relações lógicas e amistosas", declarou Ahmadinejad, de acordo com a televisão iraniana em inglês Press-TV.

"Devo dizer que qualquer um que adotar medidas contra a nação iraniana, como a inspeção de navios iranianos (em alto-mar) tem que saber que o Irã reagirá com firmeza a tais atos", acrescentou. Mahmud Ahmadinejad também denunciou a "guerra psicológica" contra o Irã travada pelos Estados Unidos e por seus aliados.

O Irã já comunicou que está disposto a iniciar imediatamente negociações com potências ocidentais sobre os detalhes de uma proposta de intercâmbio de combustível nuclear, feita em maio, após um acordo com Brasil e Turquia, nos moldes do proposto pela ONU, mas que foi considerado "insuficiente".

Com agências